Marcos Nogueira completou 51 anos com um novo rim, doado pela irmã, Ana Jací Lopes. Procedimento foi 98º realizado na unidade, que é referência em transplantes renais
O aniversário de 51 anos de Marcos Nogueira da Silva vai ficar marcado na história dele e da família. O empresário comemorou a troca de idade na última quarta-feira (30). Ele está internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional do Baixo Amazonas Dr. Waldemar Penna (HRBA), em Santarém, no oeste do Pará. Ele ganhou os parabéns, balões e até bolos dos colaboradores da unidade, mas, o que de fato ficará marcado em sua memória, aconteceu no dia anterior.
O paciente fazia tratamento de hemodiálise há mais de dois anos por conta de um quadro de insuficiência renal. E às vésperas do aniversário, foi contemplado com um transplante renal. “Eu tive a maravilha e o prazer de receber esse rim e ele começa a funcionar bem no dia do meu aniversário. Não tenho palavras, é só gratidão mesmo. É uma segunda chance de viver bem, viver melhor. A minha expectativa agora é viver o que eu não vivia antes”, comemorou.
A responsável foi a irmã mais velha de Marcos, Ana Jací da Silva Lopes. Ela foi a doadora do rim e também está em recuperação no HRBA, unidade que pertence ao Governo do Pará e é administrada pelo Instituto Social Mais Saúde. Para a costureira, proporcionar esse momento ao irmão é uma verdadeira realização.
“Me sinto muito feliz. Costumo dizer que foi uma missão cumprida. Se eu poderia fazer algo por ele, eu fiz. Meu irmão nunca se queixou de nada durante o tratamento e sempre dizia que seria tudo no tempo de Deus. Acabou que o transplante foi realizado às vésperas do aniversário dele. Ele renasceu de novo e vai viver muitos anos”, destacou Ana Jací.
Para os profissionais do hospital, a comemoração também foi dupla. Pelo aniversário do paciente e pelo sucesso do transplante renal. “É mais um transplante realizado, mais um paciente que ganha uma nova vida saindo da hemodiálise. Coincidência ser o aniversário dele e ele passar pelo transplante. Uma dupla vitória com certeza”, ressaltou o médico Antônio Carlos Silva, coordenador da UTI do HRBA.
Critérios- A coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Irecê Miranda, explica que a carência de doadores falecidos, obriga muitas pessoas a se submeterem a uma cirurgia para doar o órgão em vida para outra pessoa. Pela legislação brasileira, para que este procedimento - chamado transplante intervivo - ocorra, é preciso alguns critérios.
"O transplante entre parentes só é permitido até o quarto grau na linha reta ou colateral e entre não aparentados. O procedimento só pode ocorrer com autorização judicial. Também é necessário um parecer de um Comitê de Ética e entrevista com a equipe técnica da Central Estadual de Transplantes e, após a todas estas etapas concluídas, é que irá homologar a realização do transplante. Todos estes cuidados são necessários para cumprimento da Legislação Brasileira e das Diretrizes Estadual", disse a coordenadora.
Referência - O procedimento é o 98º transplante renal realizado pelo Regional de Santarém. O trabalho desde 2016 tornou a unidade referência no serviço, não só no Oeste do Pará, mas também em todo o Estado e na região amazônica, já que o HRBA também atende pacientes de outros Estados do norte do país.
Hoje, a equipe do setor de transplantes conta com cinco médicos nefrologistas, um enfermeiro e dois técnicos de enfermagem. Dos 98 transplantes realizados pelo HRBA, 52 foram intervivos – quando geralmente o doador é um parente do transplantado – e mais 46 foram de doadores falecidos.
“Todos os transplantes são importantes, acompanhamos as histórias de cada paciente. Isso reforça a vocação do hospital para fazer os transplantes e atender esses pacientes renais. O Hospital Regional do Baixo Amazonas é o maior centro transplantador de doador vivo em toda a região Norte. É uma grande felicidade para a gente, fazer mais um transplante bem sucedido como esse do Marcos e presentear o paciente com uma vida nova realmente”, afirmou o nefrologista e responsável técnico pelo setor de transplantes do HRBA, Emanuel Espósito.
"Dizemos que o transplante de rins muda a vida dos transplantados e estamos próximos de realizar 100 mudanças de vida. É uma satisfação ver que a dedicação e os esforços dos nossos profissionais tornaram o HRBA uma referência quando se fala em transplantes na Amazônia”, ressaltou o diretor-geral da unidade, Rodrigo Vieira.
Setembro Verde – Durante o mês de setembro, o Hospital Regional do Baixo Amazonas realiza uma série de ações para incentivar a doação de órgãos e conscientizar as pessoas da importância que essa decisão pode ter na vida de outros pacientes.
Para ser um doador de órgãos após a morte, é necessária a realização de um rigoroso protocolo médico que vai determinar se o paciente teve morte encefálica, que consiste na parada irreversível das funções do cérebro. Hoje, um paciente que pretende ser doador não precisa deixar nenhum documento escrito, mas sim manifestar esse desejo à família.
Desde novembro de 2012, o Regional de Santarém conta com a Organização de Procura de Órgãos (OPO) Tapajós, órgão que atua na identificação, manutenção e captação de potenciais doadores para fins de transplantes de órgãos e tecidos em toda a região oeste do Estado.
Hoje, a OPO conta com um médico, dois enfermeiros e uma assistente administrativa, que trabalham na busca ativa de potenciais doadores, no apoio ao diagnóstico de morte encefálica e no acolhimento e consentimento da família para a doação.
Serviço - Localizado no oeste do Pará, o HRBA é referência em média e alta complexidade para uma população de 1,4 milhão de habitantes residentes em 30 municípios da região e presta serviço 100% referenciado, atendendo à demanda originária da Central de Regulação do Estado.
A unidade pertence ao Governo do Pará, sendo administrada pelo Instituto Social Mais Saúde, em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e fica localizada na Avenida Sérgio Henn, nº 1100, bairro Diamantino, em Santarém.
Texto: Ascom/HRBA
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