Foram 4,8 milhões de golpes praticados por bandidos cada dia mais espertos e sofisticados nas ações
1 dia, 1 hora e 34 minutos
O
Brasil sofreu 4,8 milhões de tentativas de fraude entre janeiro e junho
deste ano, conforme o Indicador de Tentativas de Fraudes do Serasa
Experian: Uma ocorrência a cada três segundos foi registrada e pessoas
entre 36 e 50 anos foram os alvos preferidos de criminosos.
A Bahia
está no sétimo lugar entre os estados que mais foram vítimas dos
criminosos: com 229.475 tentativas de fraude. Em primeiro lugar está São
Paulo, com 1.391.837; seguido de Rio de Janeiro, com 456.314; Minas
Gerais, com 419.922; Paraná, 361.361; Rio Grande do Sul, 312.310; e
Santa Catarina com 238.719. O motivo da preferência por esses estados: o
alto volume de transações financeiras.
Conforme o Indicador, o
setor de “Bancos e Cartões” foi o alvo principal dos golpistas no
semestre (45,5%), depois “Serviços” (31,1%) e “Financeiras” (17,7%).
“Varejo” e “Telefonia” fecham o ranking com respectivamente 3,8% e 1,5%
das tentativas. O levantamento considera o volume de tentativas de
fraudes registradas pela companhia referentes a verificação de
documentos (análise de documentos de identificação), biometria facial,
verificação cadastral e roubo de identidades.
O crescimento dessas
tentativas de golpes está associado a diversos fatores e um deles é a
popularização do uso do meio eletrônico, como celulares: uma pesquisa
realizada pela Febraban em parceria com a Deloitte, divulgada ano
passado, revelou que a cada 10 operações bancárias realizadas, 7 são
feitas por esses meios, por exemplo.
De acordo com o gerente de
projetos na Safernet, Guilherme Alves, existem dois tipos de golpes
comuns: o que chamam de engenharia social, que são tentativas dos
golpistas de induzir as pessoas a realizarem transações indevidas,
pedindo dados, enganando e criando narrativas e a vulnerabilidade de
determinados aplicativos. “Em casos de vulnerabilidade de sistema, as
instituições devem ser responsabilizadas. Inclusive o Banco Central
possui protocolos específicos de investigação de casos desse tipo”. Ele
explica, por exemplo, que a pessoa lesada pode procurar uma delegacia ou
até o próprio banco central. “No contexto pix, vimos mudanças para
melhorar a segurança nos últimos anos”. Segundo o especialista, o ponto
deficitário e que precisa ser ajustado com urgência é a educação dos
consumidores, a conscientização e campanhas das instituições com dicas
de segurança e alertas. “Isso é o mais deficitário e que precisa ser
ajustado”.
O diretor de Produtos de Autenticação e Prevenção à Fraude
da Serasa Experian, Caio Rocha, afirma que não existe uma “bala de
prata capaz de brindar a todos contra os criminosos”, mas é preciso
estratégias de proteção em camadas para dificultar as ações.
“Além
disso, todo cuidado é pouco quando o assunto é análise de riscos e
segurança de dados em qualquer transação financeira”, afirma.
A
faixa etária preferida dos criminosos são consumidores entre 36 a 50
anos e as regiões Sul e Sudeste estão na mira dos fraudadores. Na
análise por estados, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais lideraram o
ranking com mais registros de tentativas de fraude entre janeiro e
junho deste ano.
Isso porque, explica Caio Rocha, a estratégia dos
bandidos é atuar nas regiões onde existe maior volume de transações
financeiras. Ele explica, ainda, que o levantamento é resultado do
cruzamento de dois conjuntos de informações das bases de dados da Serasa
Experian: total de consultas de CPFs efetuado mensalmente na Serasa
Experian; e estimativa do risco de fraude, obtida através da aplicação
dos modelos probabilísticos de detecção de fraudes desenvolvidos pela
Serasa Experian, Presidente do Sindicato dos Bancários, Augusto
Vasconcelos afirmou à Tribuna da Bahia,
quando questionado sobre os golpes aplicados em clientes de bancos, que
as instituições precisam adotar mecanismos que garantam mais segurança
aos cidadãos, ao invés de “empurrar para os clientes a tarefa de
realizar transações pelos aplicativos”.
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