Hematologista da Rede UniFTC esclarece principais dúvidas que afastam doadores do Hemoba neste Junho Vermelho
Dia
14 de junho é o Dia Mundial do Doador de Sangue e há pouco o que se
celebrar. O número de doações caiu 20% no último ano. Além da
necessidade de distanciamento social, a pandemia trouxe dúvidas sobre
restrições em relação à doação, o que pode afastar ainda mais o doador.
Para
elucidar as principais dúvidas relacionadas à Covid-19, conversamos
com o hematologista Hugo Carvalho, professor da Medicina UniFTC. O
especialista explica que quem contraiu o vírus ou tomou alguma das
vacinas pode, sim, realizar a doação, mas precisa aguardar um período.
Para aqueles que foram infectados, o prazo é de 30 dias após cessarem os
sintomas. Já para os vacinados, os prazos podem ser de até 7 dias após a
aplicação da segunda dose da vacina, como explica o professor.
Segundo
a Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (Hemoba), pessoas que
foram vacinadas com a vacina da Coronavac poderão doar sangue após 48
horas. Enquanto aquelas que receberam os imunizantes da AstraZeneca e da
Pfizer, só podem doar após sete dias da vacinação.
Segurança - Quem
está inseguro em sair de casa e ficar esperando para a doação pode
relaxar. O Hemoba tem dois canais de agendamento e o doador só precisará
chegar no horário de realizar a coleta. Agende através do site ou pelos
telefones disponibilizados no site.
A
facilidade do agendamento é uma das formas de retornar e aumentar o
número de doações, já que, mesmo em tempos de pandemia, inúmeras doenças
e situações fazem com que as vidas de diversas pessoas dependam da
transfusão de sangue. As próprias infecções causadas pela Covid-19, em
alguns casos, levam à necessidade da transfusão.
“A
Covid-19 apresenta múltiplas complicações. Por ser uma doença aguda,
leva a queda de algumas taxas. Pela própria infecção a gente já nota
queda de plaquetas e leucócitos, por exemplo. E O processo inflamatório
da doença pode levar a um quadro de anemia. Quanto mais intenso for o
quadro de Covid-19, mais a gente pode notar estas alterações”, explica o
professor.
Confira
áudio completo do professor da Rede UniFTC e hematologista, Hugo
Carvalho, falando sobre a necessidade da transfusão de sangue em alguns
quadros de Covid-19: link para Soundclound.
Além da pandemia - Além
das complicações da Covid-19 que podem levar à necessidade de
transfusão de sangue, Hugo ainda reforça que precisamos estar atentos às
outras doenças que também precisam da transfusão de sangue, além de
também estar atento aos sintomas de outras doenças virais na hora de
realizar a doação.
“Na
triagem, as perguntas são pensadas para identificar os pacientes que
tiveram algum quadro de virose e não notaram. Sintomas como febre,
presença de alguma mancha no corpo, coriza e dor de garganta são dignos
de atenção. Se a pessoa tiver apresentado esses sintomas num prazo de 14
dias, ela não vai poder realizar a doação”, explica.
Como
já é de conhecimento de muitos, algumas doenças impedem a doação de
sangue para que não haja a contaminação do receptor. Dentre estas
doenças, estão as hepatites B e C, o vírus do HIV, o vírus do HTLV, a
doença de Chagas e a Sífilis.
“Antes
da doação, é feita uma triagem sorológica, até por métodos moleculares,
para certificar que o doador nunca teve estas infecções. Isso torna a
transfusão segura”, explica o professor, que ainda reforça a importância
de levar em consideração o surgimento de novas doenças. “Pode ser que
surjam, com o tempo, alguns vírus que ainda não conhecemos e que possam
ser uma contraindicação para a doação lá na frente. Por isso, é muito
importante uma triagem completa”, afirma Hugo Carvalho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário