Com a queda na renda e o crescente aumento das despesas na pandemia, vai ficando mais difícil manter os pagamentos em dia
Foto: ReproduçãoPor Lily Menezes
Quando
chega o início ou final do mês e o dinheiro está curto, atire a
primeira pedra quem nunca decidiu por qual conta começar os pagamentos.
Durante a pandemia, esse tipo de escolha ficou ainda mais presente por
conta do descompasso entre renda e despesas: 38% dos brasileiros relatam
ter perdido a renda nos últimos meses, segundo a pesquisa O Bolso dos
Brasileiros, feita pela Serasa Experian em parceria com a Opinion Box,
ouvindo 2.059 cidadãos entre os dias 11 e 22 de fevereiro deste ano.
Enquanto isso, os gastos em meio à crise sanitária aumentaram mais de
50%, especialmente com água e luz, a última com aumentos sucessivos por
conta da grave crise hídrica atravessada pelo Brasil.
Em todo o
país, são 62,56 milhões de inadimplentes por algum motivo, segundo a
Serasa, e as contas de consumo representam 22,3% dos endividamentos,
totalizando 37 milhões de dívidas. No Nordeste, a situação é mais grave:
as despesas básicas são a segunda maior razão para os cidadãos ficarem
no vermelho, com 25,4% das contas por pagar. Esse tipo de dívida perde
apenas para os bancos e cartões de crédito. Ainda segundo o estudo, uma
em quatro pessoas sentiu diferença na sua renda durante a emergência de
saúde, de modo que nem todos os boletos são pagos ao mesmo tempo; assim,
despesas como água e luz são priorizadas por serem essenciais à
sobrevivência, enquanto outras contas, como cartões de crédito e
empréstimos vão ficando para segundo plano.
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