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Por Celso M Freitas Jr* A letalidade causada pela Covid-19 fez com que novas tecnologias fossem desenvolvidas, e algumas que já existiam fossem amplamente utilizadas. Aqui listo cinco tecnologias que estão fazendo a diferença facilitando a vida dos profissionais da área médica, pacientes, e da população em geral durante a pandemia. 1. Teleconsulta: o contexto pandêmico tornou o distanciamento social uma das medidas mais importantes e eficazes para reduzir a contaminação pelo vírus. Mesmo que em nossa mente consulta e consultório sejam palavras geralmente associadas, a necessidade de serviços à distância tornou o vídeo atendimento algo essencial na entrega de assistência médica à população. Este atendimento online serve não apenas para pacientes com suspeita de Covid, mas também para outros tratamentos. No caso da Covid é fundamental, pois alguns pacientes podem ser acompanhados na sua própria casa, evitando deslocamento para hospitais e o possível contágio de outras pessoas. A teleconsulta contribui também para a maior acesso à saúde, pois pessoas que vivem em locais sem acesso a clínicas médicas, passam a ter a possibilidade de ter um atendimento médico via celular ou computador. 2. Dispositivos médicos programáveis: os pacientes com epilepsia resistente a medicamentos que usam terapia VNS (estimulador do nervo vago) para seu tratamento agora não precisam de visitas frequentes ao médico para ajustar o gerador implantado em seu corpo. Uma nova geração de estimulador aprovada pela Anvisa em outubro de 2020 e lançada no Brasil em abril, possui um recurso de programação agendada, que permite ao médico programar com segurança etapas terapêuticas seguintes em uma única visita ao consultório. Desta forma, o gerador aumenta gradativa e automaticamente a terapia, sem a necessidade de o paciente retornar a uma consulta médica exclusiva para isso, o que é de extrema importância em uma época de pandemia, quando sair de casa torna-se um desafio para pacientes com a saúde já comprometida. | |
Foto: LivaNova/Reprodução 3. Teste rápido para detecção de antígenos: uma das grandes estratégias para o enfrentamento da pandemia de Covid-19 (junto com a vacinação e higiene constante) é a testagem em massa da população. Assim é possível diagnosticar indivíduos infectados (sintomáticos ou não), o que auxilia na tomada de decisão para o cuidado dos infectados e de seus contatos, a fim de interromper o ciclo natural de transmissão da doença. As metodologias de reconhecimento viral indireto, que utilizam detecção de anticorpos produzidos pelo organismo expostos ao SARS-CoV-2, nem sempre são capazes de diagnosticar os pacientes na fase aguda da doença, tendo em vista o período (em torno de 7 a 10 dias) da janela imunológica. Nesse sentido, os ensaios laboratoriais que detectam diretamente partículas virais (material genético/RNA ou antígenos) são os que melhor permitem identificar os pacientes na fase precoce da doença, auxiliando na decisão sobre o isolamento e cuidado imediato desses casos. O resultado desse exame leva em média 30 minutos para ficar pronto e, ao mostrar um resultado positivo, a sua especificidade é muito elevada. 4. ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea): Equipamentos que “respiram pelo paciente”, ou que possibilitam a realização da oxigenação por membrana extracorpórea, ECMO, pelos termos médicos, estão sendo utilizados para os pacientes com Covid-19 extremamente graves, nos quais a função pulmonar temporariamente não oferece condições adequadas de trocas gasosas e a ventilação mecânica por respiradores não tem efetividade. Enquanto os respiradores mecânicos ajudam pacientes a “respirar” quando seus pulmões funcionam parcialmente, facilitando a entrada de oxigênio até os pulmões e a retirada do gás carbônico na expiração, os equipamentos para ECMO são utilizados em pacientes nos quais o pulmão simplesmente perdeu temporariamente sua capacidade de realizar estas funções. Praticamente, é como se a máquina “respirasse” por eles. Ela drena o sangue de uma veia, remove o dióxido de carbono, acrescenta oxigênio, aquece o sangue e depois retorna o sangue para uma artéria ou veia. Ao oxigenar o sangue externamente, a máquina permite que o pulmão se recupere e o paciente tenha possibilidade de melhora. 5. Rápido desenvolvimento das vacinas: enquanto a vacina mais rápida que tinha sido desenvolvida até o aparecimento da Covid-19 foi a da caxumba, que levou 4 anos, atualmente as vacinas contra o Sars-Cov-2 estão levando menos de um ano para serem desenvolvidas. Além do avanço tecnológico, vários países investiram para acelerar as diversas fases de desenvolvimento de uma vacina, como as pesquisas pré-clínicas, recrutamento, vacinação, monitoramento, avaliação de órgãos reguladores e a aprovação para uso (mesmo que em caráter provisório, até avaliações definitivas). Desta forma, as vacinas chegaram ao mercado em tempos recordes.
Estes são apenas alguns exemplos de tecnologias médicas que têm sido de grande utilidade durante a pandemia. A pandemia apenas enfatizou a relevância desses avanços, revelando as vantagens de sua utilização. *Celso Freitas é diretor médico da LivaNova no Brasil, empresa global de tecnologia e inovação médica |
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