Os efeitos do fechamento da Ford em Camaçari-BA, Taubaté-SP e Horizonte-CE (que em realidade só fecha no final do ano), já começam a ser sentidos no Grande ABC paulista.
A Arteb, tradicional fabricante de faróis e lanternas, iniciou demissões devido ao fechamento da unidade baiana da Ford. As cartas de dispensa dos trabalhadores chegaram nesta terça-feira (26) e pegou os empregados de surpresa.
Por ora, o sindicato dos metalúrgicos do ABC não sabe quantos dos 800 funcionários receberam as cartas de demissão, mas rumores falam em pelo menos metade do quadro.
Diante dos avisos, os empregados pararam a produção em São Bernardo do Campo. Fornecedor da Ford na Bahia, a Arteb vinha dando sinais anteriormente, segundo uma funcionária, que relatou: “No final do ano passado, mais ou menos em novembro, surgiram comentários em todos os setores de que haveriam demissões em massa, mas passou o fim de ano e ninguém falou mais nada, agora vem essa surpresa”.
Para os empregados, o comunicado culpava a pandemia de coronavírus, porém, o sindicato disse que a empresa alega que o impacto teria vindo do fechamento da Ford, inclusive com o encerramento da unidade que ficava dentro do complexo da montadora, em Camaçari.
O sindicato diz que “a Arteb é uma empresa antiga no ABC, que já vivia uma situação complicada, em recuperação judicial desde 2016. O que a direção nos disse é que, com o fechamento da Ford, em plena pandemia, as coisas complicaram muito”.
A situação não diferirá em outros fornecedores da Ford, uma vez que o setor de autopeças já vem em situação ruim nos últimos anos e com a pandemia de Covid-19, as coisas só pioraram.
Só na Ford, serão cortados 5 mil pessoas no Brasil e Argentina. Indiretamente, como bem sabemos, a quantidade de pessoas que dependem da produção em fornecedores e sistemistas é muito maior.
[Fonte: Repórter Diário]
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