Foto: Agência Brasil
Gilmar Mendes, ministro do STF
Procuradores da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba
discutiram coletar dados e informações sobre Gilmar Mendes, ministro do
STF (Supremo Tribunal Federal), para tentar afastá-lo de processos e até
pedir seu impeachment, segundo publicação do jornal El País com base em
mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil. De acordo com os
diálogos divulgados, integrantes da operação, incluindo Deltan
Dallagnol, chefe da força-tarefa, debateram apurar decisões e acórdãos
do ministro para embasar a ofensiva e planejaram acionar investigadores
na Suíça para tentar reunir indícios contra Gilmar Mendes. O objetivo
era rastrear um possível elo entre ele e Paulo Vieira de Souza,
conhecido como Paulo Preto, acusado de ser operador do PSDB e que está
preso em Curitiba após uma das ações da Lava Jato. No último dia 1º,
reportagem publicada pela Folha de S.Paulo e pelo Intercept com base nas
mensagens obtidas pelo site já haviam apontado que Deltan incentivou
colegas em Brasília e Curitiba a investigar Dias Toffoli sigilosamente
em 2016, numa época em que o atual presidente do Supremo Tribunal
Federal começava a ser visto pela Lava Jato como um adversário disposto a
frear seu avanço. As mensagens apontavam que ele buscou informações
sobre as finanças pessoais de Toffoli e sua mulher e evidências que os
ligassem a empreiteiras envolvidas com a corrupção na Petrobras. Segundo
as mensagens divulgadas nesta terça (6) pelo El País e pelo Intercept, a
suspeita dos procuradores era a de que Gilmar Mendes, que já havia
concedido duas ordens de soltura em favor de Paulo Preto, aparecesse
como beneficiário de contas e cartões que o operador mantinha na Suíça,
um material que já estava sob análise dos investigadores europeus.
Folhapress
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