MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 31 de agosto de 2019

Cresce pressão no PSDB para que Covas desista de tentar a reeleição em SP

POLITICA LIVRE
Foto: Divulgação
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas
A pressão para que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, desista de concorrer à reeleição no pleito do ano que vem está crescendo dentro de seu partido, o PSDB. O comando da maior cidade do país está no centro da estratégia das agremiações de centro para a disputa da sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), em 2022. Elas querem garantir o controle do triângulo principal do poder municipal no Brasil, que inclui Rio e Belo Horizonte ao lado da capital paulista. No Rio, o DEM considera grandes as chances do ex-prefeito Eduardo Paes, e em BH o atual prefeito, Alexandre Kalil (PSD), parece rumar para uma reeleição tranquila. Com isso, há o risco relativo a São Paulo. Há um grande temor no próprio PSDB, baseado em pesquisas internas que dão a Covas intenções de voto na casa dos 10%, sobre o quão competitivo o prefeito será se for candidato. E perder a principal capital seria desastroso para as pretensões de tucanos e outros partidos aliados visando 2022, hoje ancoradas na figura do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Segundo dois amigos próximos de Covas, o prefeito tem considerado a desistência, dado o grau de pressão. Eles afirmam que ele estaria inclinado a tirar um período sabático fora do país e voltar para disputar o Senado em 2022. Procurado pela reportagem, o prefeito negou esse relato nesta sexta (30). Aliados seus, vão além dizendo que ele está se preparando e que irá inclusive participar de campanhas em outras cidades. Seja como for, a boataria acerca de uma eventual saída de Covas tem sido constante nos últimos meses. A narrativa é quase sempre a mesma: o prefeito não teria apetite pela burocracia do cargo e não estaria disposto a encarar a campanha eleitoral -ele herdou a cadeira de Doria, de quem foi vice-prefeito de 2017 ao começo de 2018, quando o hoje governador deixou o cargo para disputar o Palácio dos Bandeirantes. Conhecidos do prefeito também rejeitam essa versão e atribuem ela a fofocas de adversários internos: Covas e Doria não têm exatamente o que se pode classificar de uma relação harmônica. De fato concreto, aliados do governador são os mais preocupados com a possibilidade de o prefeito fracassar no ano que vem, por motivos mais do que óbvios de estratégia. Doria está em uma disputa aberta por espaço com Bolsonaro, com quem vem trocando farpas -o episódio mais recente foi nesta semana, quando o presidente o acusou de “mamar nas tetas do BNDES” por ter utilizado uma linha de financiamento do banco estatal para comprar um jatinho da Embraer. Em São Paulo, o governador tem hoje três pré-candidatos aos quais poderá angariar apoio além de Covas: a deputada federal Joice Hasselmann (PSL), o seu secretário de Assistência e Desenvolvimento Social, Filipe Sabará (Novo), e o ex-ministro Andrea Matarazzo (PSD). Desses, Joice é a mais próxima de Doria, o que alimenta especulações de que o governador gostaria de vê-la filiada ao PSDB e disputando a prefeitura no lugar de Covas. A reportagem não conseguiu falar com o governador, que estava voando de volta da Alemanha. Mas não é só do grupo de Doria que vem a pressão sobre o prefeito. A velha guarda paulistana do PSDB tem preocupação semelhante. Orbitando o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, integrantes do grupo têm conversado sobre alternativas ao nome de Covas. Em reserva, compartilham o diagnóstico de inapetência do prefeito. Isso provoca um inusitado alinhamento entre a velha guarda e a ala de Doria, em conflito aberto sobre temas como a expulsão do deputado Aécio Neves do PSDB ou a filiação do deputado Alexandre Frota (ex-PSL) à sigla. Ambos os lados também consideram que hoje o candidato a ser batido é o ex-governador Márcio França (PSB), que teve vitória expressiva sobre Doria na capital no segundo turno de 2018 -quando registrou 58% dos votos. Havia um acordo tácito entre França e Covas para que o pessebista não entrasse na disputa, que incluiu colocar na prefeitura um aliado do ex-governador, João Cury Neto. Isso durou seis meses: Doria interveio e forçou a exoneração dele da Secretaria da Educação, dando a senha para movimentos futuros que agora parecem se consolidar.
Folhapress

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