MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Coincidência de datas revela o complô armado para soltar Lula e destruir a Lava Jato


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The Intercept participou da armação ou está sendo usado?
Carlos Newton
Publicado nesta terça-feira, dia 30, é um dos mais importantes artigos da trajetória de Merval Pereira. Com impressionante precisão, o jornalista de O Globo esgrime a coincidência de fatos e datas para demonstrar a armação desse complô para desmoralizar a Lava Jato, soltar Lula, Dirceu Cunha etc. e evitar a prisão de Temer, Aécio, Jucá etc.  
Em poucas palavras, Merval Pereira mostra que no esquema tudo foi cuidadosamente planejado, desde o hackeamento e a minuciosa seleção de trechos, pois somente são divulgadas situações supostamente antiéticas em relação à Lava Jato, nas mensagens não aparece nenhuma revelação bombástica sobre outros fatos ou personagens.
TUDO ARMADO – Além disso, o próprio uso do site The Intercept, de alcance internacional e com o método de divulgação em conta-gotas, para ir minando as reputações dos envolvidos, e a escolha do momento estratégico, às vésperas do julgamento de Lula no Supremo, sob recurso que alega parcialidade do juiz Moro, que o teria condenado sem provas, todos os movimentos foram friamente calculados, como diria o Chapolin Colorado.
O artigo de Merval é primoroso, merecia um Prêmio Esso especial e a gratidão de todo o povo brasileiro. Mas quem se interessa? (C.N.)
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COINCIDÊNCIA DE DATAS
Merval Pereira   /   
O Globo

Para variar, a semana é de polêmicas para Bolsonaro, que, entre outras coisas, comentou que o jornalista Glenn Greenwald podia “pegar uma cana aqui mesmo”. Referia-se à publicação, pelo site Intercept Brasil, das conversas hackeadas entre o então juiz Sérgio Moro e o coordenador dos procuradores de Curitiba, Deltan Dallagnol.
Não se trata aqui de concordar com a atitude do site, que, ao divulgar os diálogos, o faz a conta-gotas, numa edição que busca interpretar as conversas e fazer ilações, sem colocá-los no contexto em que foram realizados. Nem com o viés claramente tendencioso em busca da anulação de processos para ajudar a libertar Lula.
GREENWALD LIVRE – Trata-se de defender a liberdade de expressão, pura e simplesmente. Se Glenn Greenwald não participou da operação de hackeamento, nem a encomendou, não há como “pegar uma cana”. Está protegido, como todos os jornalistas brasileiros, pela Constituição.
Mesmo que tenha pagado pela cessão do material, terá cometido no máximo um ato antiético. No entanto, a ligação política que surgiu com a revelação, confirmada por ela, de que Manuela d’Ávila, ex-candidata a vice pelo PCdoB em 2018 na chapa do petista Fernando Haddad, foi a intermediária entre o hackeador e Intercept Brasil, reforça a hipótese de que a publicação desse material tem objetivos políticos.
E há coincidências que não podem ser evitadas. O hacker Walter Delgatti Neto diz que procurou Manuela DÁvila no Dia das Mães, 12 de maio. No mesmo dia, Glenn Greenwald entrou em contato com ele pelo Telegram.
COM LULA – Nove dias depois, a 21 de maio, Glenn Greenwald esteve visitando Lula na sede da Polícia Federal em Curitiba, para fazer uma entrevista com ele, que havia sido autorizada pela Justiça no início do ano.
É certo, portanto, que Greenwald já tinha o material quando conversou com Lula na cadeia.  No dia 9 de junho, dezenove dias depois da entrevista, o Intercept Brasil começa a divulgar as conversas hackeadas.
Entre o primeiro dia em que o hacker fez o contato com Glenn Greenwald, e a publicação, passaram-se exatos 29 dias, ou quatro semanas. Glenn Greenwald, ao publicar os diálogos, declarou: “ficamos muitas semanas planejando como proteger a nós e nossa fonte contra os riscos físicos, riscos legais, riscos políticos, riscos que vão tentar sujar a nossa reputação.”.
LULA “PREMONITÓRIO” – No fim do mês de abril, no dia 27, uma entrevista com Lula foi publicada pela Folha de S. Paulo e o El País e, como se fosse premonitório, o ex-presidente garantiu ter (…) “obsessão de desmascarar o Moro, de desmascarar o Dallagnol e a sua turma”.
Uma pergunta que não quer calar: será que nas conversas de Dallagnol com outros procuradores, ou mesmo com Sérgio Moro, não havia um espaço para troca de informações sobre outros casos da Lava Jato que não os relacionados ao caso de Lula? 
Delgatti Neto disse também que entrou nas conversas sobre a Operação Greenfield em Brasília, que apura desvios em fundos de pensão. Pelo seu relato, não encontrou nada de ilegal nas conversas, por isso não se interessou. Que estelionatário mais preparado esse, que sabe onde há supostas irregularidades processuais, e sabe onde não há…

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