O governo venezuelano sinalizou que está aberto a negociar com a
oposição, mas para isso impôs cinco condições, entre as quais estão a
não interferência de outros países nos assuntos internos do país e o
respeito a soberania da Venezuela. Os outros pontos são: respeito ao
direito a paz do país; retirada de sanções e o estabelecimento de um
mecanismo para dirimir por meios pacíficos as diferenças entre governo e
oposição. A proposta foi anunciada pelo vice-presidente para
Comunicação, Cultura e Turismo da Venezuela, Jorge Rodríguez, em
entrevista à agência russa Sputnik Nóvosti, publicada por ele em sua
página na internet neste sábado e reproduzida pela Agência Venezuelana
de Notícias. O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan
Guaidó, já anunciou que retorna para casa após concluir a visita ao
Equador, elevando a perspectiva de um confronto com o governo que tenta
derrubar. “Estou anunciando meu retorno para casa”, disse após encontro
com o presidente equatoriano, Lenín Moreno. Guaidó também convocou
protestos na Venezuela para a segunda-feira e terça-feira, dias que
coincidem com a temporada de Carnaval no país. Guaidó, que desde que se
autoproclamou presidente interino da Venezuela já teve sua autoridade
reconhecida pelos EUA e outros 50 países, não comentou o exato horário
de seu retorno. Seu porta-voz, Edward Rodriguez, disse que “é possível”
que seja na segunda-feira. “Temos pouco a celebrar e muito a fazer”,
disse Guaidó, que recentemente visitou os presidentes do Brasil,
Paraguai e Argentina em uma campanha que elevou a pressão pela renúncia
do presidente venezuelano Nicolás Maduro. Agora, com seu retorno existe a
possibilidade de que as autoridades venezuelanas tentem prendê-lo. O
líder da oposição diz que busca uma “transição pacífica” que irá
permitir ao país superar a crise política e humanitária. No final de
semana passado, Guaidó coordenou esforços para o envio ao país de ajuda
humanitária vinda da Colômbia e do Brasil, mas forças de segurança leais
a Maduro bloquearam a entrada dos suprimentos. Maduro tem acusado o
movimento de Guaidó como parte de uma trama arquitetada pelos EUA para
derrubá-lo. Moreno, que se reuniu com Guaidó na cidade costeira de
Salinas (no Equador), disse que apoia a tentativa do líder de oposição
de trazer uma “mudança democrática” para a Venezuela. Fonte: Associated
Press, com Agência Venezuelana de Notícias.
Estadão Conteúdo
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