Graça Lima passou na geladeira durante os desastrosos governos petistas.
É apontado pelo núcleo duro de Bolsonaro para ocupar o cargo:
A tensão diplomática entre o presidente eleito Jair Bolsonaro
(PSL) e o Egito, desencadeada após o anúncio da transferência da
embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém, acelerou as
articulações de bastidores para que o futuro governo defina quem ocupará
o comando do Ministério das Relações Exteriores. Neste momento, aliados
de Bolsonaro cogitam apenas um nome: o de José Alfredo Graça Lima,
embaixador de carreira do Itamaraty, como é conhecido o órgão.
Com experiência em comércio exterior, Graça Lima viveu anos de
ostracismo durante os governos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva (PT), quando o responsável pela política externa era Celso Amorim
(PT). Graça Lima era um nome próximo ao chefe da chancelaria no governo
Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Felipe Lampreia, e passou anos à
frente dos consulados de Nova York e Los Angeles – uma função secundária
no Itamaraty. Ele se aposentou da carreira diplomática em 2016.
A indicação de Graça Lima é vista como um movimento do grupo mais
ligado ao general Augusto Heleno, futuro ministro-chefe do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI). O governo de transição trabalha para
tranquilizar os ânimos no cenário internacional após o Egito cancelar de
última hora uma viagem do chanceler Aloysio Nunes ao país. A decisão
foi interpretada como uma retaliação aos planos de Bolsonaro de mover a
embaixada israelense para Jerusalém.
Além da questão do Oriente Médio, Bolsonaro se envolveu em
controvérsias a respeito das relações diplomáticas do Brasil com Cuba e
do Acordo de Paris sobre o clima. “Estou mais perdido do que cego em
tiroteio”, afirmou a VEJA o veterano embaixador Marcos Azambuja.
“É preciso separar a retórica do candidato recém-eleito dos atos de seu
futuro governo. O Brasil mudou. Minha função é entender esse novo
país.”
Ministros palacianos
Além da indicação de Graça Lima para as Relações Exteriores, já se
encaminha para uma definição a situação dos “ministros palacianos”,
aqueles que comandam pastas instaladas no Palácio do Planalto e que
costumam compor o núcleo mais próximo do presidente da República.
Já são conhecidas as escolhas do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS)
para a Casa Civil e do próprio general Augusto Heleno, que desistiu de
ocupar a Defesa para assumir o GSI. A terceira vaga, o comando do que é
hoje a Secretaria-Geral da Presidência, caminha para ficar com o
advogado Gustavo Bebianno, ex-presidente do PSL e um dos principais
coordenadores da campanha vitoriosa de Bolsonaro à Presidência.
(Veja.com).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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