Foto: Cadu Gomes/Reuters
A ex-ministra do STJ, Eliana Calmon
A ex-ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana
Calmon elogiou a escolha do juiz federal Sérgio Moro para o ministério
da Justiça e disse ser “impossível pensar” que o magistrado agiu
politicamente até agora. Antes de o juiz da 13ª Vara de Federal de
Curitiba aceitar o convite do presidente eleito Jair Bolsonaro, Eliana
era citada como um dos possíveis nomes para ocupar a pasta. “Achei
maravilhoso, inclusive para o presidente Jair Bolsonaro. Foi um gol de
placa. E Moro teve muita coragem para largar tudo e assumir esse cargo. É
quase como uma missão”, disse a ex-ministra. Ela ganhou notoriedade por
sua atuação “linha dura” como presidente do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ), quando disse que havia “bandidos de toga”. Confrontada
com as críticas de que o aceite do convite demonstraria interesse
político de Moro, Eliana discorda. “É impossível pensar que ele agiu
politicamente, porque tudo (todas suas decisões) passou pela segunda
instância. E as penas foram inclusive aumentadas”, retrucou a ministra.
Segundo ela, a eleição foi muito disputada e não teria como se pensar
“lá atrás (que ele) já seria ministro”. No dia seguinte à eleição de
Bolsonaro, o presidente interino do PSL, Gustavo Bebianno, em entrevista
coletiva, sinalizou a pretensão de escalar Moro ou Eliana Calmon para a
Justiça. A ex-ministra conta que não teve nenhum contato com a equipe
do presidente eleito e que não houve qualquer conversa sobre cargos.
Quando declarou apoio a ele, em outubro, se falaram ao telefone e ele
teria dito, segundo disse, que “precisava muito” dela. Eliana era
filiada ao partido de Marina Silva, Rede, mas deixou a sigla quando
declarou apoio do deputado federal na disputa do segundo turno. “Meu
interesse seria participar de um órgão, um conselho da administração
federal, algo assim. Está na hora de dar lugar às pessoas mais jovens”,
disse a ex-ministra, que hoje tem um escritório próprio e, segundo
contou, não teria como assumir a responsabilidade de um ministério.
Estadão Conteúdo
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