“Call center é o inferno do século 21”, diz usuário
de Itabuna que tem sua rotina destruída por dezenas de chamadas
indesejadas todos os dias, incluindo feriados e fins de semana. O
empresário, que prefere ficar anônimo, diz que recebe mais de 50
ligações todos os dias, sem trégua. “Vivo estressado”.
João, nome fictício, trabalha à noite, chega em casa por volta da
meia-noite e dorme às 3h. Sua rotina sempre foi dormir 7 horas por
noite, acordando às 10h. “Isso se tornou impossível. Eles começam a
ligar antes das 8h e nem sábado e domingo eu tenho folga. Antes das 10h
já recebi várias.”
Outra usuária, Maria, nome fictício, reclama que não tem mais paz nem
na hora do almoço. “Eles ligam também nesta hora e sou obrigada a
atender, porque poderia ser alguém que conheço. E quando tento ler um
livro, ver uma novela, sou interrompida a todo momento pelos call
centers”.
As chamadas indesejáveis de call centers se tornaram um problema social
e até o Congresso já estuda leis para devolver ao usuário um pouco de
sossego. Em estados como São Paulo e Rio, você já pode pedir ao Procon
que seu telefone seja bloqueado para estas chamadas.
Sem alternativa
Na Bahia, ainda não existe nada parecido e o que a pessoa pode fazer é
baixar um aplicativo no celular que bloqueia os números de telefone.
Alguns aparelhos fixos também possuem “lista negra”, mas não resolve
totalmente, porque as operadoras passam a usar novos números.
Os call centers estão espalhados por todo o país, inclusive em Itabuna.
Hoje eles usam “robô” para fazer as chamadas. Quando você atende, ele
solta uma gravação ou aciona um operador humano. Mas, na maioria das
vezes, apenas desliga e cobra do cliente como se a ligação fosse
completa.
Se voce não tem nenhum contato fora do estado, pode bloquear os DDDs de
cada um. Mas, para a maioria, isto não é viável. A saída é pressionar
os candidatos a deputado, para que se comprometam a limitar as chamadas,
por lei, ao horário comercial e dias de semana.
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