Postado em 27/06/2018 2:18 DIGA BAHIA!
O
senador e ex-presidente Fernando Collor (PTC-AL) não será mais
candidato à Presidência – embora para muitos a surpresa tenha sido
descobrir, agora, que ele estava disposto a disputar novamente o cargo
mais alto da República. Um dos indícios de que a pré-candidatura de
Collor estava passando despercebida é que o comunicado oficial do
partido, dizendo que a legenda não teria candidatura própria à
Presidência, está no site do PTC desde o dia 20, mas só chamou atenção
nesta terça-feira (26) cinco dias depois, quando o site Poder 360
publicou nota sobre o assunto. O comunicado, assinado pelo presidente da
legenda, Daniel Tourinho, diz que “sobrevivência” do partido foi um dos
motivos para a desistência da candidatura própria. Segundo Tourinho, “a
principal luta da instituição” será atingir ao menos 1,5% dos votos
válidos para a Câmara (em nove Estados ou eleger pelo menos nove
deputados em nove Estados). Com isso, a sigla ultrapassaria a chamada
cláusula de barreira, aprovada na reforma eleitoral no ano passado e que
restringe o acesso dos partidos ao Fundo Partidário. O nome de Collor
não é citado na nota do partido. O ex-presidente não comentou a decisão
nem fez qualquer menção ao fato em suas redes sociais. Até onde se sabe,
ele também pouco fez pela própria pré-campanha. No período em que os
interessados na disputa estavam se desdobrando em ações públicas e de
marketing, Collor preferiu viajar em missão oficial à Coreia do Norte –
com o objetivo de reorganizar a embaixada brasileira em
Pyongyang. Collor só teve destaque no noticiário eleitoral quando
pesquisa do instituto Datafolha apontou seu nome como o mais rejeitado
pelos eleitores. O ex-presidente, que parecia fadado a ocupar o mesmo
espaço de nomes como Levy Fidelix e José Maria Eymael na disputa de
outubro, já obteve 35 milhões de votos – sendo eleito o primeiro
presidente pós-redemocratização em 1989. Na ocasião, o então “caçador de
marajás” venceu o petista Luiz Inácio Lula da Silva – atualmente
condenado e preso na Lava Jato – no segundo turno. Ele comandou o País
entre 1990 e 1992, quando renunciou à Presidência em 29 de dezembro,
antes que o processo de impeachment fosse aprovado. Este ano, a
pré-candidatura do senador não entusiasmou. Assim como em 1989, ele se
declarou pré-candidato em Arapiraca, no agreste alagoano. Especulou-se
até que, desta vez, o comitê central de sua campanha seria na cidade com
pouco mais de 230 mil habitantes. A escolha também pode ter sido um
tanto supersticiosa – já que há 29 anos corria a informação de que era
em Arapiraca que viveria uma suposta vidente de Collor. Ele confirmou
sua pré-candidatura em fevereiro, quando na tribuna do Senado até citou
filósofo alemão. “Como disse Schopenhauer, o destino baralha as cartas, e
nós jogamos”, afirmou. Aparentemente sem o ímpeto de outrora (quando já
declarou ter “aquilo roxo”), Collor não deve contestar a decisão do
partido e permanecer onde está: senador por mais quatro anos.Bahia Notícias
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