Por Redação Bocão News
Com uma dívida estimada de R$ 600 mil, o bloco afro Ilê Aiyê enfrenta
uma crise que intitula como "sem precedentes". Duas escolas mantidas
pela entidade estão com as atividades suspensas por tempo indeterminado e
alguns funcionários já foram demitidos por falta de recursos, de acordo
com reportagem do G1. “Já passamos por outras dificuldades, mas essa é a
pior", afirma o presidente do bloco, Antonio Carlos dos Santos, o "Vovô
do Ilê".
As dívidas estão relacionadas, dentre outras questões, à falta de
pagamento de funcionários e fornecedores, empréstimos bancários e
pendências acumuladas do carnaval com o Escritório Central de
Arrecadação e Distribuição (ECAD), que é uma empresa privada responsável
por centralizar a arrecadação e distribuição dos direitos autorais de
execução pública musical.
As dívidas acabaram afetando as unidades de ensino que ficam na
Senzala do Barro Preto, sede do bloco. Há mais de 20 anos, o Ilê Aiyê
mantém no espaço as escolas Mãe Hilda e Band’ erê. A primeira abriga
mais de 200 alunos da alfabetização até a 4ª série do ensino
fundamental. A segunda, que oferece educação complementar para mais de
100 crianças e jovens, conta com aulas de dança, percussão, canto,
relações interpessoais (cidadania) e capoeira.
Apesar das dificuldades enfrentadas, Vovô do Ilê afirma que a saída do
bloco está confirmada para o carnaval 2017 por meio de dois patrocínios
firmados: Caixa Econômica Federal e Governo do Estado. Sobre a 38ª
Noite da Beleza Negra, que irá eleger a Deusa do Ébano neste sábado (4),
Vovô disse que a realização será possível graças aos apoios. "Contamos
com muita colaboração. Elísio Lopes Jr (diretor artístico) não está
cobrando nada, Daniela Mercury não está cobrando nada, Larissa Luz
também. Muita gente não vai ter cachê”, contou.
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