Há cinco anos, Cacau, Nina, Uiu, Zunô e Orion
eliminaram a carne do cardápio. Desde então, os cães consomem a mesma
dieta da dona deles, Ananda Sant’anna, de 25 anos, vegana desde os 20. A
matilha da produtora não é raridade em um país onde há pelo menos 15
milhões de vegetarianos e 44% dos lares com pelo menos um cão de
estimação. Mas a restrição alimentar pode oferecer riscos à saúde dos
animais, especialmente cães e gatos, que são essencialmente carnívoros. A
dica é ficar de olho nas necessidades de cada pet.
No caso de Ananda, a opção, como na maioria das vezes, foi uma escolha pessoal e não necessidade dos animais, alimentados com ração livre de proteína animal. Apesar de não adotar dieta suplementar para os pets, Ananda garante que a saúde da turma está em dia. “Pesquisei bastante na internet e conversei muito com a veterinária, que não apoiou, mas não reprovou. Faço exames neles anualmente ou conforme orientação dela e, até hoje, não percebi nada negativo. São saudáveis, fortes e têm o pelo bonito”.
A médica veterinária Gabriela Rodrigues Monteiro, que trabalha com endocrinologia e planejamento de alimentação natural terapêutica, explica o motivo da preocupação com esse tipo de dieta. Cães e gatos extraem a energia que necessitam da proteína e de gorduras do tecido animal, ou da carne propriamente dita. Privá-los dos nutrientes necessários pode acarretar, dentre outras coisas, deficiência de aminoácidos (taurina e carnitina), de triptofano, de cálcio, zinco, além de vitamina B12 e de ferro.
Restrição
“Esse tipo de alimentação está fora de cogitação para cães e gatos. Nós, humanos, conseguimos suplementar, caso haja carência, mas os animais precisam manter o que é da natureza deles”, explica a veterinária, citando anemia, perda de pelo e flacidez muscular entre os problemas.
A veterinária Thaís Helena Carlos Oliveira chama a atenção ainda para a importância de individualização da dieta. “Minha maior preocupação é sempre com o que está sendo oferecido. Muitas vezes as pessoas pesquisam na internet e fazem tudo por conta própria, sem seguir a quantidade necessária para cada animal”, reforça.
Donos de pets que insistirem em manter dietas vegetarianas ou veganas para os animais também devem ficar atentos a alimentos que, apesar de naturais, são vilões. Espinafre e brócolis devem ser dosados em animais com hipotireoidismo e propensos a problemas renais; cebola, carambola e uva jamais devem ser oferecidas.
Refeição feita em casa é indicada para substituir ração
Entre a população canina, o tipo de dieta que mais tem conquistado adeptos no Brasil é a chamada natural, em que as refeições, a exemplo do que o que nós, humanos, comemos, são feitas em casa e servidas cruas ou cozidas. Apesar de ainda dividir opiniões, a modalidade é, na avaliação de veterinários, a mais indicada se o desejo for substituir a ração.
“Essa é a linha que mais tem crescido, de uma alimentação que preconiza a comida no prato: porções de carboidrato, de proteína e de vegetais, incluindo vísceras, que remetem à alimentação ancestral. Quando bem indicada e balanceada é uma dieta que gera inúmeros benefícios”, explica a veterinária e endocrinologista Gabriela Monteiro.
Esse é exatamente o caso da pinscher Toninha, de 5 anos, que há 3 meses ficou livre da ração. A dona dela, Kellen Cristina Morais Brito, de 26 anos, conta que a cadela passou um ano com episódios de vômitos que se repetiam até 20 vezes por dia. Substituir a dieta foi a solução do problema. “Ela nunca aceitou bem a ração. Investiguei, levei ao veterinário, fizemos exames e não tivemos um diagnóstico. Depois da alimentação verde (natural) ela não teve mais nada”, comemora a enfermeira.
Toninha recebe cerca de cinco refeições diárias com arroz, verduras, legumes e proteína. Tanto os ingredientes quanto as combinações são prescritos especialmente para a cadela. Segundo Kellen, a substituição restabeleceu a saúde do animal.
Proprietária da AlimentarVet Nutrologia Veterinária, empresa especializada em nutrição animal, a veterinária Raquel Valim Labres diz que a modalidade vem sendo recomendada, mas ressalta a necessidade da individualização.
Raças como fox paulistinha e chihuahua, que têm o metabolismo mais acelerado, devem comer mais. Cães com tendência a engordar, como labradores e basset hound, devem ter as porções reduzidas. Nível de atividade, característica das articulações e doenças pré-existentes também devem ser consideradas.
Benefícios da alimentação natural
Segundo veterinários, alimentação preparada em casa oferece uma série de vantagens:
Cura alergias: muitos cães e gatos podem ter ou desenvolver alergias a corantes e aditivos muitas vezes encontrados em grandes quantidades nas rações industrializadas.
Redução de gordura e sódio: cães têm mais intolerância à gordura e gatos, ao sódio. Dietas ricas em vegetais podem dosar melhor a quantidade desses elementos.
Rações são transgênicas: muitas rações contêm soja e milho, que têm a maior parte da produção transgênica no Brasil. Embora a Lei de Biossegurança ateste que o consumo é seguro, adeptos da dieta dizem que não há conhecimento sobre os efeitos a longo prazo.
Fezes compactas e sem dor: alimentos preparados em casa são digeridos com mais facilidade em comparação às rações.
No caso de Ananda, a opção, como na maioria das vezes, foi uma escolha pessoal e não necessidade dos animais, alimentados com ração livre de proteína animal. Apesar de não adotar dieta suplementar para os pets, Ananda garante que a saúde da turma está em dia. “Pesquisei bastante na internet e conversei muito com a veterinária, que não apoiou, mas não reprovou. Faço exames neles anualmente ou conforme orientação dela e, até hoje, não percebi nada negativo. São saudáveis, fortes e têm o pelo bonito”.
A médica veterinária Gabriela Rodrigues Monteiro, que trabalha com endocrinologia e planejamento de alimentação natural terapêutica, explica o motivo da preocupação com esse tipo de dieta. Cães e gatos extraem a energia que necessitam da proteína e de gorduras do tecido animal, ou da carne propriamente dita. Privá-los dos nutrientes necessários pode acarretar, dentre outras coisas, deficiência de aminoácidos (taurina e carnitina), de triptofano, de cálcio, zinco, além de vitamina B12 e de ferro.
Restrição
“Esse tipo de alimentação está fora de cogitação para cães e gatos. Nós, humanos, conseguimos suplementar, caso haja carência, mas os animais precisam manter o que é da natureza deles”, explica a veterinária, citando anemia, perda de pelo e flacidez muscular entre os problemas.
A veterinária Thaís Helena Carlos Oliveira chama a atenção ainda para a importância de individualização da dieta. “Minha maior preocupação é sempre com o que está sendo oferecido. Muitas vezes as pessoas pesquisam na internet e fazem tudo por conta própria, sem seguir a quantidade necessária para cada animal”, reforça.
Donos de pets que insistirem em manter dietas vegetarianas ou veganas para os animais também devem ficar atentos a alimentos que, apesar de naturais, são vilões. Espinafre e brócolis devem ser dosados em animais com hipotireoidismo e propensos a problemas renais; cebola, carambola e uva jamais devem ser oferecidas.
Refeição feita em casa é indicada para substituir ração
Entre a população canina, o tipo de dieta que mais tem conquistado adeptos no Brasil é a chamada natural, em que as refeições, a exemplo do que o que nós, humanos, comemos, são feitas em casa e servidas cruas ou cozidas. Apesar de ainda dividir opiniões, a modalidade é, na avaliação de veterinários, a mais indicada se o desejo for substituir a ração.
“Essa é a linha que mais tem crescido, de uma alimentação que preconiza a comida no prato: porções de carboidrato, de proteína e de vegetais, incluindo vísceras, que remetem à alimentação ancestral. Quando bem indicada e balanceada é uma dieta que gera inúmeros benefícios”, explica a veterinária e endocrinologista Gabriela Monteiro.
Esse é exatamente o caso da pinscher Toninha, de 5 anos, que há 3 meses ficou livre da ração. A dona dela, Kellen Cristina Morais Brito, de 26 anos, conta que a cadela passou um ano com episódios de vômitos que se repetiam até 20 vezes por dia. Substituir a dieta foi a solução do problema. “Ela nunca aceitou bem a ração. Investiguei, levei ao veterinário, fizemos exames e não tivemos um diagnóstico. Depois da alimentação verde (natural) ela não teve mais nada”, comemora a enfermeira.
Toninha recebe cerca de cinco refeições diárias com arroz, verduras, legumes e proteína. Tanto os ingredientes quanto as combinações são prescritos especialmente para a cadela. Segundo Kellen, a substituição restabeleceu a saúde do animal.
Proprietária da AlimentarVet Nutrologia Veterinária, empresa especializada em nutrição animal, a veterinária Raquel Valim Labres diz que a modalidade vem sendo recomendada, mas ressalta a necessidade da individualização.
Raças como fox paulistinha e chihuahua, que têm o metabolismo mais acelerado, devem comer mais. Cães com tendência a engordar, como labradores e basset hound, devem ter as porções reduzidas. Nível de atividade, característica das articulações e doenças pré-existentes também devem ser consideradas.
Segundo veterinários, alimentação preparada em casa oferece uma série de vantagens:
Cura alergias: muitos cães e gatos podem ter ou desenvolver alergias a corantes e aditivos muitas vezes encontrados em grandes quantidades nas rações industrializadas.
Redução de gordura e sódio: cães têm mais intolerância à gordura e gatos, ao sódio. Dietas ricas em vegetais podem dosar melhor a quantidade desses elementos.
Rações são transgênicas: muitas rações contêm soja e milho, que têm a maior parte da produção transgênica no Brasil. Embora a Lei de Biossegurança ateste que o consumo é seguro, adeptos da dieta dizem que não há conhecimento sobre os efeitos a longo prazo.
Fezes compactas e sem dor: alimentos preparados em casa são digeridos com mais facilidade em comparação às rações.
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