Embora elogiem a defesa feita ontem no Senado por Dilma Rousseff (PT), aliados da presidente afastada na Bahia se mostram pessimistas sobre um possível retorno da petista
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Embora elogiem a defesa feita ontem no
Senado por Dilma Rousseff (PT), aliados da presidente afastada na Bahia
se mostram pessimistas sobre um possível retorno da petista ao comando
do país. Para o vereador Gilmar Santiago (PT), que participou de uma
manifestação contra o impeachment realizada ontem no Iguatemi, a própria
configuração do Senado já evidenciaria uma indisposição “contra a
democracia”.
“Temos um Senado composto por uma maioria de homens brancos, ricos, só Paulo Paim que é negro. Tem poucas mulheres também. E quando vamos ver a renda das pessoas que estão lá, tem uma relação grande com o empresariado e o latifúndio”, comentou. “Considerando isso, é muito difícil que a presidenta Dilma reverta o processo, mas não cabe senão a resistência e lutar até o fim. É isso que Dilma está fazendo, mostrando que esse processo não foi pacífico, assim como os escravos não aceitaram pacificamente a escravidão”, completou.
O petista fez questão de reiterar que o processo de impeachment é um golpe contra o “frágil” sistema democrático brasileiro. “Esse momento é diferente dos golpes militares, mas é um golpe branco, parlamentar, que cassa os direitos políticos de alguém que não cometeu crime”, prosseguiu, acrescentando que as eleições municipais manterão uma estreita relação com o cenário nacional, já que alguns partidos que estão no pleito teriam ajudado a “tramar o golpe”.
Presidente municipal do PSB, Waldemar Oliveira concorda com Santiago, e é categórico ao dizer que não tem expectativa na absolvição da presidente. “Dilma dificilmente retornará, os partidos de centro-direita já estão articulados para manter o voto. Não acredito em volta”, reforçou, acusando o PSDB e o DEM de terem articulado a deposição. “É evidente que foi golpe dado contra as instituições. Partidos conservadores, que estavam há muito tempo fora do poder, aproveitaram o momento ruim da economia e urdiram o golpe. Não houve crime, ela não se apropriou de recursos públicos. O que estou dizendo é o que vários juristas e entidades internacionais já disseram”, argumentou.
Aliado do prefeito ACM Neto (DEM), o presidente do PV na Bahia, Ivanilson Gomes, acredita que a ida de Dilma e de outros membros do PT ao Senado confirma o “entendimento” do partido sobre a legitimidade do processo. “Sem dúvida que há esse entendimento, isso veio se mostrando ao longo da semana. Ficou muito claro que impeachment não é golpe, mas um instrumento da Constituição brasileira. Dilma fez um discurso apelando para o emocional, mas não vai mudar a posição dos senadores sobre a situação que vivemos”, defendeu.
“Valerá a lei do mais forte”, diz dirigente
Na avaliação do presidente municipal do PSB, Waldemar Oliveira, o Brasil enfrentará uma era de retrocesso social quando o impeachment da presidente Dilma Rousseff se concretizar, com supressão de direitos humanos e trabalhistas. “Na área social, conquistas serão retiradas dos trabalhadores, direitos garantidos pela CLT.
As convenções coletivas dos patrões terão mais força. Valerá a lei do mais forte. Os trabalhadores só serão contratados se eles aceitarem as condições que serão impostas. E, considerando o nível de desemprego, todos aceitarão”, ponderou. “Haverá também cortes na área de educação, cortes no Fies, no financiamento das universidades públicas, das cotas”, acrescentou.
O presidente estadual do PV, Ivanilson Gomes, discorda, apontando que Michel Temer (PMDB) busca a “unidade nacional para sair da crise”.
“Temos um Senado composto por uma maioria de homens brancos, ricos, só Paulo Paim que é negro. Tem poucas mulheres também. E quando vamos ver a renda das pessoas que estão lá, tem uma relação grande com o empresariado e o latifúndio”, comentou. “Considerando isso, é muito difícil que a presidenta Dilma reverta o processo, mas não cabe senão a resistência e lutar até o fim. É isso que Dilma está fazendo, mostrando que esse processo não foi pacífico, assim como os escravos não aceitaram pacificamente a escravidão”, completou.
O petista fez questão de reiterar que o processo de impeachment é um golpe contra o “frágil” sistema democrático brasileiro. “Esse momento é diferente dos golpes militares, mas é um golpe branco, parlamentar, que cassa os direitos políticos de alguém que não cometeu crime”, prosseguiu, acrescentando que as eleições municipais manterão uma estreita relação com o cenário nacional, já que alguns partidos que estão no pleito teriam ajudado a “tramar o golpe”.
Presidente municipal do PSB, Waldemar Oliveira concorda com Santiago, e é categórico ao dizer que não tem expectativa na absolvição da presidente. “Dilma dificilmente retornará, os partidos de centro-direita já estão articulados para manter o voto. Não acredito em volta”, reforçou, acusando o PSDB e o DEM de terem articulado a deposição. “É evidente que foi golpe dado contra as instituições. Partidos conservadores, que estavam há muito tempo fora do poder, aproveitaram o momento ruim da economia e urdiram o golpe. Não houve crime, ela não se apropriou de recursos públicos. O que estou dizendo é o que vários juristas e entidades internacionais já disseram”, argumentou.
Aliado do prefeito ACM Neto (DEM), o presidente do PV na Bahia, Ivanilson Gomes, acredita que a ida de Dilma e de outros membros do PT ao Senado confirma o “entendimento” do partido sobre a legitimidade do processo. “Sem dúvida que há esse entendimento, isso veio se mostrando ao longo da semana. Ficou muito claro que impeachment não é golpe, mas um instrumento da Constituição brasileira. Dilma fez um discurso apelando para o emocional, mas não vai mudar a posição dos senadores sobre a situação que vivemos”, defendeu.
“Valerá a lei do mais forte”, diz dirigente
Na avaliação do presidente municipal do PSB, Waldemar Oliveira, o Brasil enfrentará uma era de retrocesso social quando o impeachment da presidente Dilma Rousseff se concretizar, com supressão de direitos humanos e trabalhistas. “Na área social, conquistas serão retiradas dos trabalhadores, direitos garantidos pela CLT.
As convenções coletivas dos patrões terão mais força. Valerá a lei do mais forte. Os trabalhadores só serão contratados se eles aceitarem as condições que serão impostas. E, considerando o nível de desemprego, todos aceitarão”, ponderou. “Haverá também cortes na área de educação, cortes no Fies, no financiamento das universidades públicas, das cotas”, acrescentou.
O presidente estadual do PV, Ivanilson Gomes, discorda, apontando que Michel Temer (PMDB) busca a “unidade nacional para sair da crise”.
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