MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 25 de junho de 2016

Dilma decide responder perguntas em processo da Odebrecht por escrito


Ela foi arrolada como testemunha de Marcelo Odebrecht em processo.
Sérgio Moro intimou a presidente afastada, que decidiu atender a solicitação.

Samuel NunesDo G1 PR
Dilma diz que não vai para 'debaixo do tapete' (Foto: Taisa Alencar / G1)Dilma preferiu invocar artigo do código de processo penal que lhe dá direito a testemunhar por escrito (Foto: Taisa Alencar / G1)
A presidente afastada Dilma Rousseff (PT) decidiu nesta sexta-feira (24) que vai atender à intimação feita pelo juiz federal Sérgio Moro. Ela foi arrolada como testemunha em um processo da Lava Jato, envolvendo o setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que, segundo o Ministério Público Federal (MPF), servia exclusivamente para pagar propinas. Dilma responderá aos questionamentos por escrito.
Ela foi indicada como testemunha no processo pela defesa do ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht. Ele é um dos réus na ação penal que apura as irregularidades desse setor da empresa. Na ação, os advogados de Marcelo Odebrecht também pediram a convocação dos ex-ministros Edinho Silva, Guido Mantega e Antônio Pallocci.
No ofício enviado a Sérgio Moro, a presidente Dilma decidiu invocar o artigo 221 do Código de Processo Penal, que prevê a possibilidade de que autoridades possam prestar depoimento por escrito. Para tanto, Moro definiu prazo de cinco dias para que a defesa de Marcelo Odebrecht formule as perguntas a serem enviadas para a presidente afastada.
O pedido para ouvir as testemunhas foi apresentado como reposta prévia à acusação do MPF. O advogado Nabor Bulhões pediu que o cliente seja absolvido sumariamente e, caso não seja esse o entendimento de Moro, que sejam ouvidas todas as testemunhas arroladas. Foram elencadas ao todo 15 testemunhas.
Marcelo Odebrecht já foi condenado a mais de 19 anos em primeira instância e recorre da sentença. O ex-presidente da empreiteira ainda responde a mais duas ações na Justiça Federal, dentre elas a que apura o setor apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como dedicado exclusivamente à contabilidade paralela da empresa.
 
Quanto às demais testemunhas arroladas  não significa, ainda, que elas irão depor. Ao juiz responsável pelo processo cabe autorizar, ou não, as oitivas. Em outros casos, o juiz Sérgio Moro   pediu aos réus que prestassem maiores esclarecimentos sobre a necessidade dos depoimentos.
Na petição apresentada neste processo, a defesa de Marcelo Odebrecht não explica porque quer ouvir as 15 testemunhas.
Outros casos
Esta não é a primeira vez que Dilma Rousseff é arrolada como testemunha de defesa de um réu na Lava Jato. Em janeiro de 2015, a defesa do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró apresentou pedido para ouvir a presidente, mas três horas depois protocolou requerimento solicitando a retirada do pedido.
De acordo com a defesa de Cerveró, o nome da presidente havia sido incluído porque a defesa entendeu que o Conselho de Administração da Petrobras, então chefiado por Dilma, tinha responsabilidade por contratos firmados para a construção de navios-sonda.
A operação foi feita pela Área Internacional da empresa, à época comandada por Cerveró. Segundo o MPF, Cerveró recebeu propina em dois contratos firmados.
Após o protocolo, porém, Edson Ribeiro, advogado do Cerveró, repassou a lista ao cliente, que está preso na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba. Foi quando o ex-diretor informou que os contratos foram firmados diretamente pela Área Internacional da Petrobras, sem o conhecimento do Conselho de Administração.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também já foi arrolado como testemunha em um processo da Lava Jato, a pedido do pecuarista José Carlos Bumlai. Moro aceitou o pedido e chegou a marcar a data do depoimento, mas Bumlai desistiu da oitiva.
Acusação
A ação remonta à 26ª fase da Lava Jato, que recebeu o nome de Xepa. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) afirmaram que a Odebrecht possuía um departamento responsável pelo pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos em razão de contratos firmados pela empresa com o poder público.
O MPF pede que a Justiça decrete a perda de R$ 34.089.400 dos denunciados, em razão de os recursos serem oriundos das práticas criminosas de lavagem de dinheiro denunciadas.
João Santana e Monica Moura foram beneficiados com esses pagamentos ilegais, mesmo com a Lava Jato em curso, de acordo com o MPF. De acordo com o coordenador da força-tarefa, o procurador Deltan Dallagnol, foram 45 pagamentos, totalizando R$ 23,5 milhões, de 24 de outubro de 2014 a 22 de maio de 2015.
Segundo o MPF, os pagamentos feitos pela Odebrecht estão atrelados a diversas obras e serviços federais e também a governos estaduais e municipais. Dentre elas está a construção da Arena Corinthians, segundo o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima.
A estimativa é de, ao menos, R$ 66 milhões em propina distribuída entre 25 a 30 pessoas. Este valor, segundo a PF, estava disponível em apenas uma das contas identificada como pertencente à contabilidade paralela da empresa.

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