O Senado da Rússia autorizou o presidente Vladimir Putin a ordenar bombardeios na Síria, poucas horas antes de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU dedicada à “ameaça terrorista”.
Chefe do gabinete presidencial, Serguei Ivanov confirmou que a autorização para o uso da força militar no Exterior está relacionada com a guerra na Síria. De acordo com ele, a medida prevê bombardeios aéreos e exclui o envio de tropas terrestres. Os 162 senadores presentes na sessão aprovaram o pedido do Kremlin por unanimidade.
— O objetivo militar dessa operação é exclusivamente o apoio aéreo às Forças Armadas da Síria na luta contra o Estado Islâmico — afirmou Ivanov.
‘AÇÕES CONCRETAS’
O governo russo anunciou no início da manhã a solicitação de Putin ao Conselho da Federação para recorrer a “um contingente das Forças Armadas russas” fora do território nacional.
A autorização do conselho é necessária para que Putin, comandante das Forças Armadas, ordene uma intervenção militar. A última vez que o Senado russo permitiu que o presidente recorresse às Forças Armadas no exterior foi em março de 2014, antes do envio de tropas de elite do exército do país para concretizar a anexação relâmpago da península da Crimeia, pertencente à Ucrânia.
— Todos os nossos aliados serão informados da decisão, e o Ministério da Defesa receberá provavelmente informações específicas — disse Ivanov.
DIREITO INTERNACIONAL
Conforme Ivanov, a iniciativa é temporária e está de acordo com o direito internacional, porque o presidente sírio solicitou oficialmente à Rússia uma ajuda militar no combate ao Estado Islâmico.
— O presidente sírio se dirigiu ao governo de nosso país para pedir uma ajuda militar — afirmou, sem citar os equipamentos e as armas que a Rússia utilizará na Síria. — Falamos da Síria, mas não se trata de conquistar nenhum objetivo geopolítico ou de concretizar uma ambição, como nos acusam regularmente nossos sócios ocidentais. São interesses nacionais da Rússia — completou.
AMPLA COALIZÃO
Na segunda-feira, em seu primeiro discurso na Assembleia Geral da ONU em 10 anos, Putin defendeu a formação de uma “ampla coalizão antiterrorista” contra o EI, que inclua a Síria e o Irã. A Rússia deve apresentar um projeto de resolução nesse sentido.
(artigo enviado por Valter Xéu)
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