Deputados apontam ‘toma-lá-dá-cá’ em negociações do partido com Dilma.
Documento é assinado por 22 dos 66 deputados que integram bancada.
Parte
da bancada do PMDB, comandada pelo deputado Lúcio Vieira Lima (BA),
assina manifesto contra cargos em ministério (Foto: Nathalia
Passarinho/G1)
Um grupo de 22 deputados do PMDB anunciou nesta quinta-feira (1º) um
manifesto contra o que chamam de “toma-lá-dá-cá” na reforma ministerial
comandada pela presidente Dilma Rousseff.
Os parlamentares, que representam um terço da bancada na Câmara, dizem
ser contrários à decisão do partido de assumir ministérios. Atualmente a
bancada do partido na Casa conta com 66 deputados."Estamos manifestando insatisfação com esse processo da reforma ministerial. Não é possível que ainda tenha espaço para esse fisiologismo escancarado, esse 'toma-lá-dá-cá'. Estamos vendo nessa reforma uma tentativa da presidente de diminuir as pressões ao seu mandato", disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), líder do movimento.
Para atender à demanda do vice-presidente Michel Temer e da liderança do PMDB na Câmara, Dilma pretende ampliar o espaço do partido no governo, entregando sete ministérios na reforma administrativa – atualmente a legenda comanda seis pastas. O documento divulgado pelos 22 deputados acusa o governo de fazer um "leilão" de cargos em busca de apoio no Congresso Nacional.
"O governo, sem apontar um caminho claro, rende-se a um jogo político pautado pela pressão por cargos, num leilão sem qualquer respaldo em projetos ou propostas, sem conseguir apontar um horizonte de esperança para o povo brasileiro", diz o manifesto.
Os parlamentares afirmam ainda que não possuem qualquer compromisso com o governo em relação às votações em plenário.
"Nosso posicionamento em plenário não dependerá desse tipo de barganha por cargos. Temos um só compromisso, que é com a nossa consciência, com o Brasil, respeitando a vontade da população, expressa mais de uma vez nas pesquisas e nas ruas do nosso país", afirma o documento.
Divergências
A decisão de Dilma de oferecer sete ministérios ao PMDB ocorreu após divergências nas indicações do vice-presidente Michel Temer e da bancada do partido na Câmara. Temer queria emplacar a manutenção de Eliseu Padilha, atual ministro da Aviação Civil, enquanto deputados peemedebistas exigem a nomeação de outros dois nomes indicados pela bancada.
Conforme o G1 apurou, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), aconselharam a presidente a não se ater à promessa anunciada anteriormente de cortar 10 ministérios. Eles disseram que seria melhor cortar, por exemplo, nove ministérios e atender às demandas do PMDB.
A expectativa é de que Dilma escolha dois nomes da bancada do PMDB na Câmara para o Ministério da Saúde e a Secretaria de Portos, que continuará com status de ministério.
Ficarão nos cargos, como indicação da bancada do partido no Senado, a ministra Kátia Abreu (Agricultura), e Eduardo Braga (Minas e Energia). Helder Barbalho, Eliseu Padilha e Henrique Eduardo Alves completarão a cota do PMDB no governo.
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