Lula vem estudando há algum tempo a hipótese de se colocar mais
claramente como pré-candidato à Presidência da República. O
ex-presidente já discutiu o assunto com lideranças do PT e com
interlocutores que o ajudam a analisar o quadro político. Há argumentos
para que ele entre em campo e outros contrários à iniciativa. O próprio
Lula, de acordo com esses interlocutores, teria receio de virar um alvo
ainda maior "da oposição e da mídia". E também de enfraquecer a
autoridade da presidente Dilma Rousseff. Os que defendem que ele se
lance pré-candidato argumentam que Lula já é alvo tanto de parte da
mídia quanto da oposição, justamente pela certeza que os adversários têm
de que ele concorrerá à sucessão de Dilma em 2018. Ou seja, o
ex-presidente tem o ônus de ser candidato –está sempre na mira–, mas não
tem o bônus, que seria viajar o país "vendendo esperança", diz um
petista. Já sobre a possibilidade de uma pré-candidatura atrapalhar
Dilma, interlocutores dizem que não há como enfraquecer um governo que
já se mostra muito fragilizado. Ou seja, pior do que está não fica. "Ele
é muito mais cuidadoso com a Dilma do que ela com ele", afirma um
lulista que já participou dos debates no Instituto Lula. Lula já ensaiou
avançar algumas casas quando deu entrevista a uma rádio de Minas
Gerais, há cerca de um mês. "Se for necessário, eu vou para a disputa",
afirmou. (Mônica Bergamo)
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