Pedro do Coutto
A vitória de Rodrigo Janot no Senado, que o reconduziu ao cargo de procurador geral da república, por 59 votos a 12, como acentuou nitidamente a reportagem de Vinicius Sassine e Eduardo Bresciani, O Globo, edição de quinta-feira, representou – digo eu – uma derrota nas mesmas proporções para corruptores, intermediários e corruptos envolvidos no escandaloso assalto à Petrobrás.
Ao mesmo tempo, representa uma vitória espetacular da opinião pública brasileira e da imprensa, ponte entre a realidade e seu pleno conhecimento que tem como etapa final o endereço da população do país.
Não se pode esquecer, por dever e justiça, que a recondução de Rodrigo Janot decorreu da votação maciça dos integrantes do Ministério Público e também da mensagem da presidente Dilma Rousseff à apreciação pelo Senado Federal.
SEM ALTERNATIVA
Poder-se-á dizer, há sempre quem o diga, que a equipe da PGR e a presidente da República não tinham outro caminho. Mas este aspecto não diminui, ao contrário, acrescenta importância à aceitação e a aprovação definitiva da escolha. O clamor popular conduziu o desfecho e este fato se coloca acima de tudo, somente abaixo da própria lei.
Como aliás se encontram todos os seres humanos, inclusive os ladrões de casaca. O processo Lava-Jato prossegue firme e forte, se decisões do juiz Sérgio Moro mais uma vez se fortalecem e bloqueiam o êxito dos antigos recursos protelatórios e instâncias superiores do Poder Judiciário. Pois qualquer medida suavizante colidiria com o sentimento generalizado das ruas e da vontade popular, por tantas vezes perplexa por tantos casos de imunidade.
INVESTIGAÇÕES CONTINUAM
Desta vez não estão conseguindo escapar os poderosos e seus representantes, com as revelações da Polícia Federal alcançando até bancos internacionais. A consciência coletiva do país não pode ser negociada. O povo impediu.
Assim, as investigações e os julgamentos vão caminhar em veloz sequência, rompendo com o tempo, extremamente lento que caracteriza as decisões da Justiça, fazendo com que processos demorem a média, pode-se estimar, em torno de dez anos na melhor das hipóteses.
Os culpados, geralmente, jogam com o tempo de esquecimento que até agora funcionava para encobrir as rupturas praticadas. As gavetas brasileiras são muito amplas e profundas. Nelas encontram-se adormecidos episódios legais e administrativos, às vezes para sempre. Exatamente o contrário que marca, por exemplo, as definições da Justiça dos EUA, por exemplo.
EFEITO ANISTIADOR
Com tal sistema intoxicante, de efeito anistiador, esquecem-se as rupturas da lei e da ética e ingressa-se no roteiro da prescrição dos crimes. O caso do confisco dos saldos das cadernetas de poupança através do Plano Collor 1, por exemplo, é um desses casos de ruptura. Foi desfechado em 90, até hoje os milhões de seres humanos atingidos não obtiveram o ressarcimento devido, pois a correção dos depósitos usou um índice depreciado. Uma diferença enorme. Ficou com quem? Com os bancos, principalmente, dos quais, hoje, muitos deles já não existem mais. Foram absorvidos por outros. Como aconteceu com nosso dinheiro. Mas esta é outra questão.
O fato essencial, agora, no caso gigantesco da Petrobrás, é que tal panorama de inércia oculta não se repetirá. Sintomas de mudança de estilo está no fato de grandes empresários e altos executivos estarem presos sem conseguir os habeas-corpus dos suspeitos de sempre, para copiar, adaptando-a hoje a frase famosa que o chefe de Polícia de Casablanca, Claude Rains, diz a Humphrey Bogart.
A vitória de Rodrigo Janot no Senado, que o reconduziu ao cargo de procurador geral da república, por 59 votos a 12, como acentuou nitidamente a reportagem de Vinicius Sassine e Eduardo Bresciani, O Globo, edição de quinta-feira, representou – digo eu – uma derrota nas mesmas proporções para corruptores, intermediários e corruptos envolvidos no escandaloso assalto à Petrobrás.
Ao mesmo tempo, representa uma vitória espetacular da opinião pública brasileira e da imprensa, ponte entre a realidade e seu pleno conhecimento que tem como etapa final o endereço da população do país.
Não se pode esquecer, por dever e justiça, que a recondução de Rodrigo Janot decorreu da votação maciça dos integrantes do Ministério Público e também da mensagem da presidente Dilma Rousseff à apreciação pelo Senado Federal.
SEM ALTERNATIVA
Poder-se-á dizer, há sempre quem o diga, que a equipe da PGR e a presidente da República não tinham outro caminho. Mas este aspecto não diminui, ao contrário, acrescenta importância à aceitação e a aprovação definitiva da escolha. O clamor popular conduziu o desfecho e este fato se coloca acima de tudo, somente abaixo da própria lei.
Como aliás se encontram todos os seres humanos, inclusive os ladrões de casaca. O processo Lava-Jato prossegue firme e forte, se decisões do juiz Sérgio Moro mais uma vez se fortalecem e bloqueiam o êxito dos antigos recursos protelatórios e instâncias superiores do Poder Judiciário. Pois qualquer medida suavizante colidiria com o sentimento generalizado das ruas e da vontade popular, por tantas vezes perplexa por tantos casos de imunidade.
INVESTIGAÇÕES CONTINUAM
Desta vez não estão conseguindo escapar os poderosos e seus representantes, com as revelações da Polícia Federal alcançando até bancos internacionais. A consciência coletiva do país não pode ser negociada. O povo impediu.
Assim, as investigações e os julgamentos vão caminhar em veloz sequência, rompendo com o tempo, extremamente lento que caracteriza as decisões da Justiça, fazendo com que processos demorem a média, pode-se estimar, em torno de dez anos na melhor das hipóteses.
Os culpados, geralmente, jogam com o tempo de esquecimento que até agora funcionava para encobrir as rupturas praticadas. As gavetas brasileiras são muito amplas e profundas. Nelas encontram-se adormecidos episódios legais e administrativos, às vezes para sempre. Exatamente o contrário que marca, por exemplo, as definições da Justiça dos EUA, por exemplo.
EFEITO ANISTIADOR
Com tal sistema intoxicante, de efeito anistiador, esquecem-se as rupturas da lei e da ética e ingressa-se no roteiro da prescrição dos crimes. O caso do confisco dos saldos das cadernetas de poupança através do Plano Collor 1, por exemplo, é um desses casos de ruptura. Foi desfechado em 90, até hoje os milhões de seres humanos atingidos não obtiveram o ressarcimento devido, pois a correção dos depósitos usou um índice depreciado. Uma diferença enorme. Ficou com quem? Com os bancos, principalmente, dos quais, hoje, muitos deles já não existem mais. Foram absorvidos por outros. Como aconteceu com nosso dinheiro. Mas esta é outra questão.
O fato essencial, agora, no caso gigantesco da Petrobrás, é que tal panorama de inércia oculta não se repetirá. Sintomas de mudança de estilo está no fato de grandes empresários e altos executivos estarem presos sem conseguir os habeas-corpus dos suspeitos de sempre, para copiar, adaptando-a hoje a frase famosa que o chefe de Polícia de Casablanca, Claude Rains, diz a Humphrey Bogart.
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