Encontro entre professores e governo ocorreu na tarde desta sexta-feira.
Grevistas afirmam que governo não assinou acordo para reuniões.
Campus da Universidade do Estado da Bahia, no
bairro do Cabula (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Terminou sem acordo a reunião entre professores das universidades estaduais e representantes do governo que poderia por fim à greve das quatros instituições de ensino superior do Estado, que foi iniciada em 13 de maio deste ano.
O encontro ocorreu em um hotel no bairro de Patamares, em Salvador, e
foi encerrada no início da noite desta sexta-feira (31).bairro do Cabula (Foto: Reprodução/TV Bahia)
De acordo com Daniela Santos, diretora da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb), um impasse relacionado ao agendamento de reuniões para discussões de questões trabalhistas determinou a continuidade da greve. "O governo não cumpriu o compromisso de assinar a minuta assumindo o compromisso político de sentar para conversar, avaliar e planejar os direitos trabalhistas para o ano que vem. Se dispôs a fazer e não fez", disse.
Conforme Daniela Santos, os professores querem que o governo assine compromisso de prover reuniões para debater questões como promoções, progressões e mudança de regime de trabalho. Por meio de nota, o governo do estado disse que garante cumprir todos os ítens acordados com os professores e que continua aberto ao diálogo, sob a perspectiva de que os professores reavaliem a posição.
A Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), a Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) e a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) informaram na quinta-feira (31), após uma série de assembleias, que pretendiam encerrar a greve caso o governo assinasse a minuta de acordo em reunião que nesta sexta-feira (30).
As instituições querem que o governo apresente termo de compromisso, que criará um grupo de trabalho para encontrar soluções para as promoções de 2016. A determinação das assembleias ocorreu diante das conquistas já conseguidas na mesa de negociação da greve docente. Porém, os professores decidiram que o cumprimento do acordo, por parte do governo, seria determinante para o desfecho do movimento grevista.
Segundo os professores da Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (Aduneb), os termos de Acordo e de Compromisso são frutos dos avanços nas negociações. As últimas duas rodadas de discussões com o governo ocorreram na sexta (24) e segunda-feira (27).
Professores das universidades estaduais
quando ocuparam sede de secretaria no CAB
(Foto: Divulgação/Aduneb)
Termo de Acordoquando ocuparam sede de secretaria no CAB
(Foto: Divulgação/Aduneb)
Entre as conquistas que deverão constar no termo de acordo estão a revogação, em até 60 dias, da lei que interfere na autonomia didática, administrativa e financeira das universidades; e a implantação de todos os processos represados de promoção, progressão e mudança de regime de trabalho em até 60 dias.
Também foi garantido fluxo mínimo para que mais docentes possam ter promoção na carreira até o final do ano. Os recursos para os fins virão de orçamento extra ao previsto às universidades. Ainda sobre o orçamento, o governo a se comprometeu a não realizar cortes e contingenciamento orçamentário nas universidades estaduais até o final do ano. Além disso, foi acertada a devolução das cotas mensais do orçamento, retiradas por Rui Costa no primeiro trimestre de 2015.
Paralisação
Para pressionar o governo, os docentes ocuparam de 15 a 18 de julho a sede da Secretaria de Educação da Bahia (SEC), em Salvador. Os professores só deixaram o órgão após ser realizada a primeira reunião, que ocorreu de sexta-feira (17) para sábado (18).
Na ocasião, o governo do estado informou que assegurou enviar para a Assembleia Legislativa o Projeto de Lei que Revoga a Lei 7176/97 no prazo de 60 dias. Com a revogação, será criada nova lei que garante mais autonomia às universidades.
O governo da Bahia, por meio das secretarias da Educação, Administração e Relações Institucionais, assinou, no sábado (18), minuta de acordo com o Fórum das Associacões das Universidades Estaduais para encerrar a greve de professores.
Os representantes do Fórum se comprometeram a defender a proposta nas assembleias. No acordo, o estado assume o compromisso de implementar, em até 60 dias, as promoções, progressões e mudanças de regime de trabalho relativas a todos os processos que já se encontram em tramitação nas secretarias da Educação e Administração.
Além disso, fica assegurada a ampliação de 80 para 252 as vagas a serem remanejadas de forma a viabilizar mais promoções dos docentes das quatro universidades ainda este ano. Para atender as promoções, progressões e alterações de regime, o governo ainda deve assegurar recursos orçamentários para implementação dos processos, sem comprometer o orçamento de custeio e investimento das universidades.
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