Mais um fala em intervenção.
30/08/2015
Nota do editor: Não há como não
perceber que é cada vez maior o intenso clamor da grande parcela da
sociedade que não acredita mais numa solução democrática para a “questão
Brasil”. Na última manifestação da Avenida Paulista pode-se perceber
que o número de intervencionistas evidentemente ultrapassa algumas
dezenas de milhares. O pleito desse grupo é sim um facto que merece
atenção e discussão.
Texto do general Paulo Chagas
Intervenção Militar já?
Caros amigos
Não é errado incluir a Intervenção Militar no
rol dos recursos disponíveis para a reversão do caos político,
econômico, social e moral que se tem alastrado pelo Brasil,
principalmente, a partir da chegada do Partido dos Trabalhadores ao
poder.
No
entanto, é um grave equívoco incluir como primeiro o que deve ser o
último dos recursos da Nação. No jargão da Artilharia, “a ultima ratio
regis” , ou seja, o último recurso dos reis, ou, ainda, a “reserva” da
sociedade.
É
erro tático e estratégico atuar sem reserva ou empregá-la
prematuramente! Qualquer operação militar ou empreendimento deve ser
planejado de forma a ser concluído com sucesso sem a necessidade de
empregar a reserva, ou seja, com sobra de recursos ou de poder de
combate.
Manter
uma reserva é tão importante nas operações que a sua existência e
capacidade devem ser guardadas no mais absoluto sigilo, porquanto a sua
neutralização é objetivo fundamental do planejamento do inimigo.
Induzir
ao emprego prematuro da reserva faz parte das intenções de qualquer
planejador, pois retira do adversário a capacidade de manobrar e de
reagir, aumentando a probabilidade de sucesso do seu plano original.
É,
portanto, equivocada a postura de quem só enxerga no emprego imediato
do último recurso a solução para a crise e para a ameaça, assim como
também é erro grave desconsiderar no planejamento a existência de uma
reserva em condições de contribuir, no mínimo, para a manutenção da
conquista dos objetivos.
Na
Venezuela, o “comandante” Chavez iniciou seu movimento pela cooptação
das Forças Armadas para o seu projeto bolivariano, tirando da sociedade o
que seria, naturalmente, o seu derradeiro recurso. O mesmo,
aparentemente, aconteceu no Equador.
Os
Kirchner, na Argentina, sabendo da inviabilidade de cooptar as FFAA,
trataram de demonizá-las e desmoralizá-las até que perdessem seu poder
de combate e, principalmente, a confiança e o respeito da sociedade.
No
Brasil, desde o fim do Regime Militar, a esquerda vem tentando
implementar, em vão, uma estratégia do tipo “kirchneriana”, conseguindo
nada mais do que aumentar o prestígio das FFAA perante a sociedade e a
confiança desta na capacidade dos militares para intervir, quando e se for necessário, e assegurar o respeito à sua vontade, à soberania e à inviolabilidade do território nacional.
O
próprio governo petista, que tudo fez para deslustrar a imagem dos
militares, tornou-se dependente do seu apoio para fazer as poucas coias
que deram certo em seu governo, tais como: projetar o poder militar do
Brasil em Operações de Paz no exterior; mostrar ao crime organizado que
não há lugar neste País em que o Estado não possa impor sua soberania;
assegurar a segurança necessária aos grande eventos internacionais
ocorridos no Brasil; fazer chegar água , sem politicagem e roubalheira,
aos brasileiros atingidos pela seca e pela inépcia dos governos em
todos os níveis; e, para não alongar mais, a “Transposição do Rio São
Francisco”, pois, como se sabe, o Exército Brasileiro (não o do Stédile)
foi o único a cumprir sua missão.
A
Sociedade brasileira tem, portanto, em sua composição de meios, uma
reserva preservada, comprometida com os interesses do Estado, não
contaminada pelo bolivarianismo e suficientemente forte para cumprir sua
missão constitucional e seu compromisso com a democracia.
Essa
mesma Sociedade, diferentemente do partido corruPTo, tem seu Plano B
nas suas Forças Armadas, é a contingência que os atuais donos do poder
jamais contarão para se perpetuar no poder.
Empregá-la
prematura ou desnecessariamente é um erro estratégico tão grave quanto
ignorar a sua capacidade, desconsiderar o seu comprometimento
constitucional com a lei e a ordem e desacreditar da sua subordinação ao
interesse nacional.
Gen Bda Paulo Chagas
Do Blog do General http://genpaulochagas.wordpress.com/
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