MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Ministro das Finanças deixará o cargo se o 'Sim' vencer referendo na Grécia


Referendo quer saber se gregos aceitam ou não propostas de reformas.
Governo de esquerda radical do partido Syriza faz campanha pelo 'Não'.

Da France Presse
Yanis Varoufakis afirmou nesta quinta-feira (2) que deixará o cargo de ministro das Finanças da Grécia se o 'Sim' vencer o referendo do próximo domingo.
O Ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, chega ao ministério nesta terça-feira (28). Ele foi vítima de um ataque anarquista no mesmo dia (Foto: Yorgos Karahalis/AP)O Ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis,
em imagem de arquivo (Foto: Yorgos Karahalis/AP)
Em uma entrevista ao canal Bloomberg, ele foi questionado se permanecerá como ministro das Finanças na segunda-feira em caso de vitória do 'Sim' e respondeu: "Deixarei de ser".
O referendo tem como objetivo saber se os gregos aceitam ou não as propostas financeiras e de reforma dos credores do país, em troca do repasse de ajuda a Atenas.
O governo de esquerda radical do partido Syriza faz campanha pelo 'Não'. Segundo o primeiro-ministro Alexis Tsipras, as propostas dos credores aumentam a austeridade e não resolvem o problema da grande dívida pública da Grécia (180% do PIB).
 
Vários líderes europeus temem que uma vitória do 'Não' leve a Grécia a deixar o euro, uma opinião que não é compartilhada por Varoufakis.
"Se o 'Não' vencer, como recomendamos ao povo grego, começaremos imediatamente a negociar e, acreditem, existirá um acordo com bases muitos diferentes ao das instituições credoras" (FMI, BCE e Comissão Europeia), disse o ministro das Finanças.
As propostas feitas pelos credores foram apresentadas na semana passada "no modo 'pegar ou largar'", afirmou Varoufakis.
O ministro reiterou que a consulta de domingo não é um referendo sobre a permanência da Grécia na união monetária.
"Queremos desesperadamente seguir no euro, apesar de criticarmos seu marco institucional", afirmou.
Prorrogação
Os ministros da Economia da zona do euro decidiram nesta quarta-feira (1) prorrogar até depois do referendo de domingo na Grécia toda a negociação com Atenas, afirmou o ministro eslovaco, Peter Kazimir.
"O Eurogrupo está unido em sua decisão de esperar o resultado do referendo na Grécia antes de mais negociações", escreveu Kazimir no Twitter. "Não vamos colocar os cavalos na frente da carruagem", acrescetou.
A Grécia não pagou a parcela de € 1,6 bilhão de sua dívida com o FMI que venceu às 19h (horário de Brasília) desta terça-feira (30) e entrou em moratória (atraso). Também expirou o programa de ajuda financeira à Grécia. O pedido de prolongamento do pacote foi negado pelo Eurogrupo.
Referendo será neste domingo (2) (Foto: Reuters)Referendo será neste domingo (2) (Foto: Reuters)
Após a reunião desta quarta, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselboem, afirmou que foram discutidas duas cartas enviadas pelo premiê grego, Alexis Tsipras, além da situação política no país. "Em relação ao pedido de extenção do programa sobre o qual discutimos ontem [terça], nós reafirmamos nossa decisão do último sábado. A situação política não mudou. Não há espaço para uma extensão. Então infelizmente o programa expirou na noite passada à meia-noite."
Dijsselboem ressaltou que não haverá negociações sobre as exigências da Europa à Grécia por reformas econômicas até o resultado do referendo de domingo (5). "Dada a situação política, a rejeição das propostas anteriores, o referendo que irá acontecer no domingo e o a recomendação do governo grego para votar 'não', nós não vemos mais espaço para negociações", apontou.
"Não haverá conversas nos próximos dias, seja entre o Eurogrupo ou com as autoridades gregas e as instituições sobre as propostas ou acordos financeiros. Nós iremos simplesmente esperar agora o resultado do referendo no domingo", disse Dijsselboem.
Em meio à crise para pagamento de dívidas, o governo grego enviou na véspera aos credores "uma nova proposta [de acordo] com uma série de modificações" em relação à que foi apresentada. O documento, que foi obtido pelo jornal britânico "Financial Times", rejeitou aumento do imposto cobrado em hotéis, mas concordou com reduções de gastos e com uma reforma previdenciária.
RESUMO DO CASO:
- A Grécia enfrenta uma forte crise econômica por ter gastado mais do que podia.
- Essa dívida foi financiada por empréstimos do FMI e do resto da Europa
- Nesta terça-feira (30), venceu uma parcela de € 1,6 bilhão da dívida com o FMI. O país depende de recursos da Europa para conseguir fazer o pagamento.
- Os europeus, no entanto, exigem que o país corte gastos e pensões para liberar mais dinheiro. O prazo para renovar essa ajuda também venceu nesta terça-feira
- Nesta terça, o governo grego apresentou uma nova proposta de ajuda ao Eurogrupo
- No final de semana, o primeiro-ministro grego convocou um referendo para domingo (5 de julho). Os gregos serão consultados se concordam com as condições europeias para o empréstimo.
- Como a crise ficou mais grave, os bancos ficarão fechados nesta semana para evitar que os gregos saquem tudo o que têm e quebrem as instituições.
- A Grécia não pagou o FMI e entrou em "default" (situação de calote), o que pode resultar na saída do país da zona do euro.
- A saída não é automática e, se acontecer, pode demorar. Não existe um mecanismo de "expulsão" de um país da Zona do Euro.
- Com o calote, a Grécia pode ser suspensa do Eurogrupo e do conselho do BC europeu.
- A Europa pressiona para que a Grécia aceite as condições e fique na região. Isso porque uma saída pode prejudicar a confiança do mundo na região e na moeda única.
- Para a Grécia, a saída do euro significa retomar o controle sobre sua política monetária (que hoje é "terceirizada" para o BC europeu), o que pode ajudar nas exportações, entre outras coisas, mas também deve fechar o país para a entrada de capital estrangeiro e agravar a crise econômica.

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