Compras em viagens ou em sites estão sujeitas a variações do câmbio.
Consumidores contaram ao G1 quais são as principais preocupações.
Hobby
de comprar brinquedos em sites internacionais pode gerar 'sustos' com a
chegada da fatura do cartão, conta Igor (Foto: Arquivo Pessoal)
A alta recente do dólar levou a moeda dos Estados Unidos ao maior
patamar dos últimos 12 anos, e essa escalada tem preocupado quem fez
compras em dólar no cartão de crédito. Isso porque, nesses casos, o
consumidor fica sujeito à cotação do dólar no dia do pagamento da
fatura, e não no momento da compra. O valor da fatura é emitido de
acordo com o câmbio no dia do seu fechamento. Se o cliente faz o
pagamento em uma data diferente, ainda dentro do prazo de vencimento,
está sujeito ao preço do dólar naquele dia.“Eu sempre pesquiso para comprar, faço diversas comparações e fico de olho nas promoções. Por isso sempre tenho uma noção de quanto vou gastar quando compro. Mas talvez tome um susto esse mês”, diz Igor, lembrando em seguida de uma compra recente que vai, sim, acabar ficando mais cara. “Infelizmente tem. Além de brinquedos, também compro jogos. Eles vão vir mais caros. Eram promoções, mas agora não parecem tanto”, ri o estudante.
eram promoções, mas agora não parecem tanto"
Igor Rangel, estudante
Karen conta que, quando viaja, sempre evita comprar com cartão de crédito porque já tomou esse tipo de “susto” outras vezes. “Mas desta não tive outra escolha porque tive que comprar algumas coisas que não estavam previstas”, diz a estudante, que também está preocupada com compras que fez no Aliexpress.
Compras
feitas no cartão de crédito durante uma viagem ao Chile deixaram Karen
preocupada com a alta do dólar (Foto: Arquivo Pessoal)
Também pode haver preocupação para quem está com passagens compradas
mas não esperava que o dólar subisse tanto até a data da viagem. É o
caso do gerente de tecnologia Rogerio da Fonseca Leite, que começou a
planejar uma viagem com a esposa e o filho em janeiro. A família embarca
(preocupada) para Orlando em duas semanas. "Eu tinha uma noção,
acompanhando o cenário da economia, que teria uma variação, mas não tão
grande assim”, diz Rogério.Agora, a família está reorganizando o cronograma da viagem para evitar gastos a mais por causa do câmbio. "Algumas coisas que eu estava planejando fazer lá e que não fechei no pacote, como alguns parques e passeios específicos, além de compras, comecei a cortar. Está ficando só a parte básica da viagem mesmo”, diz Rogério. No lugar dessas excursões, ele conta que vai incluir mais passeios pela cidade e algum tempo "curtindo a piscina do hotel".
Serviços mais caros
Outro gasto que acaba ficando mais caro com a alta do dólar é a contratação de serviços de tecnologia. Essa é a preocupação do designer Vinicius Leitão, que vive em São Paulo. “Eu tenho meu portfolio online. Meu site, onde ficam meus arquivos de trabalho, tem um servidor que não fica no Brasil. Então, uso serviços que são pagos em dólar. Uso a versão paga do Dropbox, por exemplo”, lista o profissional. Na ponta do lápis, ele calcula: “comecei pagando R$ 15 ou R$ 20 e agora tem coisa que eu pago R$ 40 ou R$ 50 por mês.”
Vinicius aponta que a assinatura de produtos digitais também acaba saindo mais cara com o dólar em alta (Foto: Arquivo Pessoal)
Vinicius tinha o costume de fazer compras de itens pessoais em sites
estrangeiros, como Aliexpress e DealeXtreme, mas deixou esse hábito de
lado por receio da volatilidade do dólar. “Eu dei uma parada no final do
ano passado”, diz ele. “A última vez que fiz uma compra maior em dólar
foi em outubro. Não eram compras muito grandes, mas sim um monte de
‘comprinhas’ que em um mês davam R$ 100, no outro já ia para R$ 150”,
lembra. “Até comprar aplicativos de celular está ficando mais
complicado.”
com essa alta galopante do dólar, a gente tem que deixar de usar algumas ferramentas"
Renato Siqueira, consultor de marketing digital
“O Evernote, por exemplo, a licença profissional era cerca de R$ 80 há algum tempo, hoje chega a R$ 140. Para mim é uma ferramenta indispensável, mas para alguns clientes já inviabiliza o uso”, aponta. “Com essa alta galopante do dólar, a gente tem que deixar de usar algumas ferramentas e isso impacta a qualidade do serviço prestado para o cliente.”
Renato conta que, por causa de seu trabalho, tem 4 smartphones e costuma substitui-los com frequência. Para comprar os aparelhos em sites internacionais e ao mesmo tempo se proteger do sobe e desce do câmbio, ele utiliza um cartão de credito internacional pré-pago. “O débito é feito no momento a compra, então eu não tenho susto. O câmbio é feito com o valor da data que eu compro.”
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