Beatriz Catta Preta disse ter sofrido ameaças de membros da CPI.
Ela deixou de defender clientes investigados na Lava Jato após convocação.
Em entrevista ao Jornal Nacional exibida nesta noite, a advogada informou que decidiu deixar os casos dos clientes que defendia na Operação Lava Jato porque se sentia ameaçada e intimidada por integrantes da CPI da Petrobras. Ela disse que, devido às supostas ameaças, fechou seu escritório e decidiu abandonar a carreira. No último dia 9 a CPI, o colegiado aprovou requerimento que convocou Beatriz para depor aos parlamentares.
“Julgamos as declarações da advogada Beatriz Catta Preta como equivocada, distante da realidade e com tentativas de se apresentar como vítima na situação, aproveitando-se das instituições que zelam pela moralidade e aplicabilidade correta das leis brasileiras”, diz a nota. O texto foi divulgado após a entrevista ao Jornal Nacional ir ao ar.
Para Hugo Motta, “se a advogada Beatriz Catta Preta recebeu seus honorários de maneira correta, transparente, no exercício regular da advocacia, com emissão de nota fiscal e recolhimento de impostos, não haveria motivos para intimidação”.
“Não parece verossímil que a advogada criminalista de corruptos confessos, que desviaram bilhões de reais, se sinta intimidada de forma velada, sem citar e nem apresentar qualquer ameaça ou fato concreto que justifique suas afirmações”, diz a nota.
Na entrevista, a advogada também afirmou que passou a sofrer intimidação após o empresário Júlio Camargo, que ela defendia, mudou teor de depoimento.
Inicialmente, em depoimento do acordo de delação premiada, ele disse que não saber de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras de pessoas com foro privilegiado. Depois, declarou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tinha pedido US$ 5 milhões de propina – o deputado nega.
Hugo Motta contextou a afirmação. "A convocação da advogada Beatriz Catta Preta se deu na data de 09/07/2015, antes do delator Julio Camargo mudar sua versão, o que ocorreu em 16/07/2015. O fato, em si, apresenta argumento que desmente a principal acusação da advogada: a de que a CPI estaria tentando intimidá-la por conta desta delação", diz o texto.
Veja a íntegra da nota:
Com relação entrevista da advogada Beatriz Catta Preta ao Jornal Nacional, temos a esclarecer o que segue:
1 - Não parece verossímil que a advogada criminalista de corruptos confessos, que desviaram bilhões de reais, se sinta intimidada de forma velada, sem citar e nem apresentar qualquer ameaça ou fato concreto que justifique suas afirmações;
2 - A convocação da advogada Beatriz Catta Preta se deu na data de 09/07/2015, antes do delator Julio Camargo mudar sua versão, o que ocorreu em 16/07/2015. O fato, em si, apresenta argumento que desmente a principal acusação da advogada: a de que a CPI estaria tentando intimidá-la por conta desta delação.
3 - Se a advogada Beatriz Catta Preta recebeu seus honorários de maneira correta, transparente, no exercício regular da advocacia, com emissão de nota fiscal e recolhimento de impostos, não haveria motivos para intimidação. Pelo contrário, deveria ser a primeira a querer esclarecer que o recurso por ela recebido, além de legal, não advém de desvios de dinheiro do povo brasileiro;
4 - A CPI da Petrobras sempre se pauta pela sua isenção, não sofre interferências, e os seus requerimentos recebem sempre a aprovação do plenário. O requerimento que convoca a advogada foi aprovado por unanimidade, foi uma decisão suprapartidária, o que demonstra que não há perseguição à advogada por parte de nenhum membro da CPI ou dos partidos aos quais fazem parte;
5 - Julgamos as declarações da advogada Beatriz Catta Preta como equivocada, distante da realidade e com tentativas de se apresentar como vítima na situação, aproveitando-se das instituições que zelam pela moralidade e aplicabilidade correta das leis brasileiras;
6 - A CPI da Petrobras tem o dever de investigar e não vai se intimidar pelos corruptos que sugaram o dinheiro público.
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