(O Globo) Advogados do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu estão dando
entrada nesta quinta-feira com um habeas corpus preventivo para que ele
não seja preso. A petição está sendo encaminhada ao Tribunal Regional
Federal da 4ª Região, em Porto Alegre. A informação foi confirmada pela assessoria de Dirceu.
Alegando que o petista está na “iminência de sofrer constrangimento
ilegal”, a defesa de Dirceu _ liderada pelo advogado Roberto Podval _
pede que o tribunal conceda "ordem de habeas corpus, evitando-se o
constrangimento ilegal e reconhecendo o direito do paciente de
permanecer em liberdade".
Na petição, de 40 páginas, eles afirmam que Dirceu, investigado por
receber dinheiro de empreiteiras envolvidas na operação Lava-Jato,
atendeu, por meio de sua assessoria, a mais de "60 clientes de 20
setores diferentes da economia, como indústrias de bens de consumo,
telecomunicações, comércio exterior, logística, tecnologia da
informação, comunicações e construção civil".
Afirmam
ainda que Dirceu foi surpreendido por saber, por meio da imprensa, que
seu nome "havia sido enredado na assim denominada Operação Lava-Jato". A
situação de Dirceu se complicou após a prisão do empresário Milton
Pascowitch, que fechou nesta semana um acordo de delação premiada com a
Justiça Federal. Preso desde 21 de maio, ele se tornou o décimo nono
investigado pela Operação Lava-Jato a concordar em contar o que sabe
sobre esquemas de corrupção na Petrobras que envolviam pagamento de
propina a políticos e fraudes a licitações.
Pascowitch é apontado pelos investigadores como o operador de
propinas da construtora Engevix, além de ser próximo a políticos do PT. A
empresa dele, Jamp Engenheiros Associados, pagou R$ 1,45 milhão à JD
Consultoria, do ex-ministro José Dirceu, entre 2011 e 2012. Em maio,
quando o repasse foi divulgado, a assessoria de imprensa de Dirceu
declarou que o contrato havia sido assinado com o objetivo de negócios
para a Engevix no exterior.
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