Moeda dos EUA chegou a cair 0,6% ante real nesta terça.
Dólar saltou 6% nas quatro sessões anteriores.
Pela manhã, a moeda chegou a cair 0,6% na mínima da sessão, a R$ 3,3438, após acumular alta de 6% nas últimas quatro sessões.
"Todos os motivos que têm pressionado o dólar nos últimos dias continuam valendo. Não dá para saber onde a moeda vai parar", disse o gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez, Francisco Carvalho.
Investidores têm demonstrado preocupação com a possibilidade de o Brasil perder seu grau de investimento, após cortes nas metas fiscais do governo deste e dos próximos anos surpreenderem e decepcionarem os mercados financeiros.
Cenário politico conturbado
O cenário político conturbado também pesa neste momento, em que o governo depende muito do Congresso -- em pé de guerra com o Executivo -- para aprovar as medidas de ajustes fiscais. Nesta manhã, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, voltou a afirmar que fará todos os esforços junto ao Legislativo "para garantir a previsibilidade fiscal".
Outro fator importante para os próximos passos do dólar é a reunião do Federal Reserve, banco central norte-americano, que termina na quarta-feira. Sinalizações de que o Fed caminha para elevar os juros ainda neste ano podem servir de gatilho para a moeda norte-americana dar mais um salto, afirmaram operadores, uma vez que pode atrair para a maior economia do mundo recursos aplicados no Brasil.
"A verdade é que o dólar não tem motivo para cair. Qualquer queda vai ser um alívio temporário", disse a operadora de um banco nacional.
O atual momento do mercado de câmbio também fez investidores redobrarem a atenção sobre a intervenção do Banco Central, já que a valorização da moeda norte-americana tende a pressionar a inflação ao encarecer importados. O sinal mais imediato será o anúncio da rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, equivalentes a venda futura de dólares.
Nos últimos meses, o BC tem feito rolagens parciais e caminha para repor cerca de 60% do lote de agosto, equivalente a 10,675 bilhões de dólares. Operadores têm afirmado que, se mantiver essa proporção para o lote de setembro, o BC sinalizaria que está confortável com o avanço da moeda norte-americana.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais. Com isso, já rolou o equivalente a 5,684 bilhões de dólares, ou cerca de 53% do lote que vence no início de agosto, que corresponde a 10,675 bilhões de dólares.
Pela manhã, o dólar chegou a recuar 0,6% sobre o real, em um movimento de ajuste após as altas recentes e em linha com os mercados externos, onde o dólar se desvalorizava em relação às principais moedas emergentes. No entanto, operadores já esperavam que a moeda dos EUA retomasse a trajetória de alta.
Dólar nos últimos dias
Em reais
Na segunda, o dólar avançou pela quarta sessão seguida, renovando a máxima em mais de 12 anos, pressionado pela apreensão dos investidores com as perspectivas fiscais do Brasil e pelo forte tombo da bolsa chinesa.
Foi a maior cotação desde o dia 28 de março de 2003, quando o dólar encerrou a sessão a R$ 3,3757. Na máxima do dia, a moeda norte-americana subiu 1,06%, a R$ 3,38, maior nível para o dia desde 31 de março de 2003, quando foi a R$ 3,39, segundo a Reuters.
No mês de julho, o dólar acumula alta de 8,2%. Em 2015, a moeda avançou 26% até esta segunda-feira.
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