A derrota dos representantes de Dilma Rousseff no TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) no processo em que o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, é
convocado para depor sobre a contribuição financeira que fez à campanha
da presidente, em 2014, acendeu o sinal amarelo no PT. O resultado foi
acachapante: os ministros rejeitaram os recursos, para que Pessoa não
desse depoimento, por unanimidade. Na avaliação de parte da legenda, o
resultado mostra que o TSE pode ser um terreno até mais árido para Dilma
do que o TCU (Tribunal de Contas da União), que analisa as "pedaladas
fiscais" do governo. O tribunal eleitoral investiga irregularidades nas
contas da campanha que podem resultar até na cassação do diploma de
Dilma. O caso deve ser julgado até outubro. Na conta do PT, dos sete
ministros do TSE, três tendem hoje a votar contra o governo (Gilmar
Mendes, Dias Toffoli e João Otávio de Noronha) e três a favor (Luciana
Lóssio, Henrique Neves e Maria Thereza Assis Moura). O placar pró-Dilma
no TSE estaria por um voto: o do ministro Luiz Fux, o que é considerado
risco extremo para o governo, dado o histórico do magistrado no
mensalão. Tido como voto a favor, ele surpreendeu e condenou todos os
réus. No caso extremo de cassação do diploma de Dilma, quando ela e o
vice, Michel Temer, seriam afastados dos cargos, seria aberta a
polêmica: o segundo colocado na campanha de 2014, Aécio Neves, assume,
como já decidiu o TSE em outros processos (Roseana Sarney, por exemplo,
ficou em segundo e assumiu o governo do Maranhão em 2009, depois que o
tribunal cassou o então governador Jackson Lago)? Ou o TSE convoca novas
eleições? A hipótese de Aécio Neves assumir provocaria turbulência até
entre os tucanos, em especial os também presidenciáveis Geraldo Alckmin e
José Serra. Entre as hipóteses contempladas em Brasília, todas partem
da premissa de que Dilma ou perde, ou divide ainda mais o poder. (Mônica
Bergamo)
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