MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Em alto mar

Cruzeiros são uma boa opção para quem busca relaxar, assim como para quem procura prazer, diversão e conforto em alto nível
 
 
José Abrão
De Armação dos búzios (RJ)*
Deck do navio ao ar livre é ideal para tomar sol, jogar conversa fora ou simplesmente observar a beleza da embarcação e do Oceano Atlântico (Adriano Barros)
Deck do navio ao ar livre é ideal para tomar sol, jogar conversa fora ou simplesmente observar a beleza da embarcação e do Oceano Atlântico (Adriano Barros)
Estando em Goiás, a praia parece um destino distante e caro, mas existe uma forma de passar as férias na costa em que é possível aproveitar o mar aberto, a culinária e a praia, assim como conhecer várias cidades turísticas e desfrutar de diversão fora do convencional, como cassinos, escaladas, teatro e espetáculos de acrobacia, ou até mesmo shows e concertos musicais. O que une tudo isso são os navios de cruzeiro. Desde que atravessar o Atlântico passou a ser muito mais rápido em um transatlântico, as empresas passaram a investir em luxo e diversão, tornando a viagem em si em uma estrela, e os destinos, um mero detalhe.
Um assunto que frequentemente preocupa novos marujos é: e a segurança? O medo de encontrar o mesmo destino que o Titanic é comum a todos e o recente naufrágio do Cos­ta Concordia reacendeu a preocupação de muitos. Não é preciso ter medo. Navegar com estes navios só não é mais seguro que um avião por questões de estatística: existem muito mais vôos diários e aeronaves do que cruzeiros e navios. E hoje todos eles possuem uma megaestrutura em tamanho e em segurança.
Para se ter uma ideia, o famigerado Titanic media 269metros de comprimento, 28 de largura e 53 de altura. O Splendour of the Seas, um dos menores da Royal Caribbean, fabricado em 1996 que acaba de ser aposentado e vendido para uma companhia britânica – e que fez cruzeiros no Brasil de 2000 a 2015 – tem 264 metros de comprimento, 38 de largura e 58 de altura. Os navios hoje são maiores e melhores, e todos possuem um sistema de comportas individuais que dividem a embarcação em diversos cortes que podem ser selados e isolados em caso de incêndio ou água, assim como botes enormes a motor com suprimentos e água potável para dias a fio.
Não é à toa que, no acidente do Concordia, apenas 32 pessoas morreram, quando o cruzeiro transportava 3.229 passageiros e 1.023 tripulantes. A maior parte dos meganavios de hoje possuei tripulação de diversas nacionalidades e capacidade para pelo menos 2.000 passageiros, então se prepare para ter muita companhia. Entre as atrações, elas variam entre convencionais e diferenciadas. Piscinas de água do mar, aquecidas, cobertas e descobertas, assim como restaurantes – cerca de cinco, dependendo do navio – se classificam como as mais básicas, mas não para por aí.
Em um cruzeiro, o navio fará de tudo para evitar que o hóspede fique entediado. Há sem­pre uma programação diária de apresentações e competições, como bandas, concertos, espetáculos de teatro, de acrobatas e de mágica, chegando a bingo, competição de mergulho, barrigadas, karaokê e gincanas diversas. Vale tudo pelo entretenimento. Em níveis maiores, existem restaurantes de alta gastronomia, assinados por chefs e mes­mo boates para dançar e tentar conhecer alguém especial.
Cruzeiro oferece ampla gama de opções de lazer
Caso já tenha conhecido esse alguém especial e não precise apelar para um a moitada no boate para encontrar o seu gran­de amor, muitos destes navios têm espaços para eventos que po­dem ser alugados para ce­rimônias, encontros e con­venções. Que tal um casamento em alto mar? No Brasil há grande variedade de rotas que percorrem a costa, vão para o Caribe e para a Europa ou para a direção contrária: Uruguai e Argentina, chegando até o Chi­le. Dependendo da via­gem, o navio para em várias cidades turísticas, como Búzios e Punta Del Este. Caso não tenha fechado um pacote turístico antes, geralmente o próprio navio vende pacotes para aproveitar es­tas paradas.
Outra vantagem é que os navios passam por águas internacionais, por isso há free-shops que vendem em dólar produtos de luxo muito abaixo do preço no mercado nacional. Grandes marcas como Bulgari, Tommy Hilfiger e Louis Vitton marcam pre­sença, além de diversas marcas de rou­pas, jóias e perfumes. E vale ficar atento, já que em todo dia que a viagem durar no mar, as lojas ficam abertas, geralmen­te fazendo promoções diárias, descontos e quei­ma de estoque.
Quanto ao enjôo, é melhor ir preparado. Mui­tas rotas passam por águas turbulentas. Levar remédio sempre é bom. Mesmo sendo muito mais estável do que barcos menores, o navio balança constantemente, então é algo que se tem que aceitar e se acostumar. Em caso de mar ou vento agi­tados, ele vai balançar mais, então deve-se es­tar psicologicamente preparado.
Quem quiser fazer um cruzeiro precisa ficar atento aos preços e temporadas. Uma diária com alimentação inclusa em um dos navios menores pode sair por cerca de R$ 2.500, mas promoções e pacotes são constantes além da possibilidade de se acumular milhas náuticas – isso mesmo! – da sua companhia favo­rita, o que barateia viagens futuras.

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