Brasileiros que fazem trilha no Nepal temem deslizamentos após tremor

Brasileiros sentiram o terremoto que atingiu o país durante o percurso.
Terremoto atingiu o país neste sábado (25) e deixou milhares de mortos.

Adriana Justi Do G1 PR

Grupo de paranaenses viajou para fazer trilha a pé no Nepal (Foto: Ana Wanke / Arquivo Pessoal)

A paranaense Ana Wanke, que coordena uma expedição com um grupo de brasileiros no Nepal desde o último sábado (18) disse, ao G1, que o grupo de 20 brasileiros que participa da expedição sentiu os tremores do forte terremoto de magnitude 7,8 que estremeceu o país e a Índia neste sábado (25).
O grupo viajou para fazer uma trilha de 130 km até a cidade de Pokara, distante cerca de 30 quilômetros da capital - Katmandu - onde milhares de pessoas morreram por causa do desastre.

(Foto: Arte/G1)

Segundo Ana, o percurso do grupo termina neste domingo (26) e a maior preocupação é por conta dos deslizamentos nas montanhas, já que a trilha ainda não foi concluída. Dos 20 brasileiros que participam da expedição, 16 são paranaenses. Ana disse ainda que uma forte chuva atinge a cidade onde eles estão – Chhomrong - desde que ocorreu o tremor. A cidade fica distante cerca de 200 km de Katmandu.
"No momento do abalo o grupo estava dividido porque cada um caminhava num ritmo. Parte da turma estava dentro de uma pousada aguardando o almoço enquanto os últimos chegavam da trilha. Quando sentimos tudo tremendo, corremos para o pátio. Durou muito tempo. Parecia uma eternidade. Ficamos com medo que as estruturas frágeis caíssem", contou Ana. Segundo ela, apesar do susto, ninguém se feriu.
O tremor deixou um rastro de destruição em Katmandu. Há registros de danos em edificios e casas, especialmente nas construções mais antigas, e também em templos e monumentos.

Voluntários ajudam com o trabalho de resgate no
local de um edifício que desabou após um
terremoto em Katmandu.
(Foto: Niranjan Shrestha / AP Photo)

O grupo também está preocupado com o retorno ao Brasil, explica Ana. "Nós não sabemos o que vamos encontrar pela frente. Só imaginamos que vai ser muito triste. Estamos preocupados com os voos de volta", argumentou.
"Nossa viajem foi desgastante fisicamente. Na chegada ao acampamento tivemos muitas tempestades de neve e agora o terremoto", completou a paranaense.
O número de mortos chegou a 1.170, informou o porta-voz da polícia do Nepal, Kamal Singh Bam, à agência de notícias France Press. Já a agência de notícias Reuters fala em 1.341 mortos, segundo um porta-voz da polícia. Desses, mais de 630 foram mortos no Vale de Katmandu e pelo menos 300 na capital do país.
"Há relatos de danos generalizados. A devastação não está confinana a algumas áreas do Nepal. Quase todo o país foi atingido", disse Krishna Prasad Dhakal, vice-chefe da missão na embaixada do Nepal, em Nova Déli.

Resgate nepalês remove corpo de uma vítima. (Foto: Prakash Mathema / AFP Photo)

Às 16h30, o Itamaraty informou que, até o momento, não há brasileiros entre as vítimas e que todos aqueles que foram localizados pela embaixada no Nepal estão bem. As famílias podem entrar em contato pelo telefone: (61) 8197-2284.
Os tremores também foram sentidos no Paquistão, em Bangladesh, no Tibete e no Monte Everest, segundo a BBC. De acordo com a agência de notícias EFE, pelo menos onze pessoas também teriam morrido na China em consequência do terremoto.
Segundo o Itamaraty, a comunicação com as autoridades no Nepal está muito ruim, mas até o momento não há informações de brasileiros mortos ou feridos. Uma equipe de funcionários da embaixada está fazendo uma busca nos hotéis e nas comunidades brasileiras para saber se precisam de ajuda.

Terremoto provocou avalanche no monte Everest (Foto: Azim Afif via AP)