a falta de água
Apesar de Goiás não estar vivendo uma situação tão crítica em relação à falta de água, como vem ocorrendo no Rio de Janeiro e São Paulo, as cidades goianas que têm tradição de carnaval estão se preparando para que a festa seja de alegria e não de transtornos para os turistas.
Representantes da administração de quatro prefeituras ouvidos pelo O HOJE asseguram que, apesar do problema, a festa ocorrerá. Caldas Novas, onde será realizada a terceira edição do carnaval da família, já está com a programação fechada. Para que a grande festa aconteça sem transtornos, será disponibilizado o novo reservatório chamado de R2.
O Departamento Municipal de Água e Esgoto (Demae) já conta com um reservatório de água potável, que possui capacidade para 750 mil litros. Com a nova obra, está armazenado quase 3 milhões de litros de água tratada.
O presidente do Demae, responsável pelo abastecimento de água e esgoto do município, Flávio Canedo, afirmou que durante o período, quando o município recebe milhares de visitantes, o abastecimento ocorrerá normalmente.
Alguns outros destinos preferidos dos turistas nesta época, e que dependem da Saneago, já estão promovendo reuniões na busca por soluções. É o caso de Porangatu, onde foram cortados alguns gastos para manter a programação carnavalesca.
No município de Três Ranchos também foram tomadas providências. Segundo a secretária de Meio Ambiente e Diretora de Turismo, Clícia Santos Feitosa, houve reuniões junto à Prefeitura de Catalão, com a Saneago, para tratar da escassez de água. “Estamos tomando todas as medidas necessárias e acreditamos que não faltará água durante o feriado de carnaval”, declara.
O público estimado durante o feriado é de 30 a 35 mil pessoas. Número este maior que todos os outros anos, devido as novas atrações no município, preparadas especialmente para este período. Para garantir uma maior conscientização dos visitantes, serão entregues, na entrada da cidade, panfletos alertando para não haver desperdício de água.
Rodízio de água
Diferentemente das outras cidades turísticas, Pirenópolis ainda está em alerta. Isso porque a reunião solicitada com a Saneago só acontecerá na próxima quarta-feira (11), quando serão estabelecidas medidas em relação à crise hídrica.
Segundo a Secretaria Municipal de Turismo de Pirenópolis, a situação não está completamente tranquila, porém com a reunião será verificada a real situação. A assessoria de comunicação alegou que, apesar de nunca antes haver uma seca tão grande, soluções serão estabelecidas para a festa acontecer normalmente. O rodízio de água será uma das opções a ser discutida, informa a prefeitura.
De acordo com a superintendente de Políticas e Programas de Pesquisas e Desenvolvimento da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Científico Tecnologico, Rosidalva Lopes, a presença de uma frente subtropical sobre o Estado de Goiás favorecerá a ocorrência de chuvas em todo o Estado.
Segundo ela, os maiores volumes deverão ocorrer na região centro-sul do Estado. As temperaturas e a umidade relativa do ar estarão elevadas e a tendência para a semana do carnaval é de sol, calor e chuva, geralmente no final da tarde e início da noite, com uma frequência maior entre os dias 9 e 16.
Janeiro foi mês mais quente dos últimos 30 anos
O ano mal começou e as temperaturas registradas em todo o Brasil bateram recordes. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), janeiro foi o mês mais quente na cidade de São Paulo nos últimos 71 anos. Em Porto Alegre, foi o janeiro mais quente em 98 anos. No Rio de Janeiro, o mês teve as mais altas temperaturas em 30 anos.
Em Goiás não foi diferente. Informações do Sistema de Meteorologia e Hidrologia do Estado (Simehgo) mostram que o mês passado não só foi o que teve as temperaturas mais elevadas, pelo menos nos últimos 30 anos, como também foi o mais seco.
Conforme o levantamento do Simehgo, em janeiro choveu aproximadamente 44 milímetros (mm) de água, sendo que a média climatológica, baseada em 30 anos de observação, esperada em Goiás era de 270 (mm).
Em 2014, o índice também ficou abaixo da média, com 139 (mm), mas ainda assim, foi o triplo deste ano, que alcançou apenas 16% das chuvas esperadas para janeiro.
Segundo o Simehgo, janeiro também registrou a média de temperatura máxima mais alta dos últimos anos, com 31.5 graus. São quase dois graus a mais que a média registrada em 2014 (29.8º).
Previsão
Havendo a possibilidade de registros bem maiores ao longo do mês, levando em consideração ainda a sensação térmica. As mínimas também registraram um aumento. Em 2014, a média de temperatura mínima foi de 19 graus. Já em janeiro de 2015, a mínima ficou em torno de 22 graus.
Apesar das chuvas registradas no final da tarde desta segunda, a temperatura deve seguir alta durante a semana. A má distribuição da chuva e baixos índices de umidade relativa do ar devem permanecer. A possibilidade é de pancadas de chuva isoladas apenas nos finais de tardes.
Conforme informa o Simehgo, para hoje a temperatura máxima prevista é de 34 graus. A mínima fica em torno de 20 graus. Não há, segundo a Simehgo, expectativas de grandes chuvas no estado. (Tatiane Fernandes)
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