“Se não chover, se o consumo não cair e a vazão não aumentar - se não conseguirmos mais captação, em três meses vamos ter que racionar severamente”, disse o governador após reunir-se com a presidenta Dilma Rousseff e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, no Palácio do Planalto, para discutir a situação dos reservatórios mineiros.
Apesar do diagnóstico pessimista, Pimentel espera que medidas emergenciais possam atenuar os impactos da escassez e evitar o racionamento. O governo mineiro estabeleceu a meta de economia de 30% de água na região metropolitana de Belo Horizonte e criará uma sobretaxa para quem consumir mais água que em 2014. Além disso, uma obra de transposição do Rio Paraopeba para o Rio Manso, que abastece a capital, deverá melhorar o cenário até o fim do ano, antes da próxima estiagem.
“Vai chover um pouco, podemos aumentar a captação mesmo sem essa obra [transposição] e o consumo vai cair. Colocamos essa meta de 30%, que é uma meta factível e que nos permite vislumbrar atravessar o ano sem medidas drásticas, mas se isso não acontecer, vamos para o rodízio e para o racionamento”, confirmou.
A obra de aumento da vazão do Rio Manso deverá ficar pronta em novembro e será financiada com um aditivo em um contrato de Parceria Público Privada que já existe, de acordo com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
“Esse contrato que já existe será adaptado para aumentar a vazão para esse reservatório. Nós não temos outros detalhes, isso vai ser trabalhado entre as equipes técnicas. A ideia é que a gente tenha detalhes até o fim de fevereiro para que o governo federal possa decidir como vai auxiliar nisso: pode ser com a inclusão entre as obras do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], como foi feito com obras de São Paulo, pode ser uma ação conjunta para viabilizar a execução desse investimento, no que se refere a licenciamento que depende do governo federal e outras modalidades”, explicou.
Segundo Pimentel, a obra custará “menos de R$ 1 bilhão”. O governador criticou a ausência de medidas do governo anterior em relação à crise hídrica em Minas e disse que a situação já era conhecida desde o ano passado quando o governador era Antonio Anastasia, do PSDB.
“Essa situação já podia ter sido detectada em meados do ano passado, a Agência Nacional de Águas chegou a fazer dois alertas para a Copasa, nossa empresa estadual de saneamento, em agosto e em setembro, sobre a gravidade da situação, e esses alertas não foram levados em conta. A população não foi comunicada da gravidade da situação e essas medidas de economia, que podiam ter sido adotadas há seis meses, não foram. Vão ter que ser tomadas agora, com atraso, e portanto, com mais intensidade”, comparou.
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