Expansão do setor possibilitou implantação de cursos específicos.
Mulheres têm mais cuidado com qualidade do trabalho, diz especialista.
Projeto
é realizado pelo IFPB e as aulas acontecem nas cidades de João Pessoa,
Cabedelo, Monteiro e Cajazeiras. (Foto: Felipe Ramos/G1)De acordo com o professor Alexandre Urquiza, que coordenou a implantação do projeto, a ideia da criação dos cursos surgiu a partir da necessidade do mercado. “A área de construção civil está aquecida, sobretudo por conta dos investimentos públicos para o setor. Com isso, o mercado se abriu e o contingente de profissionais existentes não está dando conta da quantidade de obras que estão sendo realizadas na Paraíba,” disse Alexandre.
O professor explica que, além do aquecimento no setor, um dos principais motivos para o desenvolvimento de cursos voltado exclusivamente para mulheres se deu a partir de características próprias identificadas pelos empresários. “O mercado notou, através de pesquisas, que as mulheres têm uma preocupação maior com o trabalho, realizando os serviços com mais cuidado e evitando o desperdício de material. Isso faz com que as obras sejam executadas com mais economia e qualidade,” comentou.
Na primeira etapa do projeto, estão sendo formadas 300 mulheres nos cursos de pintura de obras, aplicação de revestimento cerâmico e auxiliar de gerenciamento de obras. Os alunos formados nos cursos de edificação auxiliam os professores durantes as aulas. Com 20 alunas em cada turma, o projeto é desenvolvido em duas etapas e a segunda etapa, que envolve a parte prática, começou na terça-feira (21). Os cursos acontecem nas cidades de João Pessoa, Cabedelo, Monteiro e Cajazeiras.
Alexandre explica que a previsão é de que as mulheres sejam absorvidas pelo mercado tão logo concluam os cursos. “Conversamos com os sindicatos de empregados e dos empresários da área e observamos a tendência de receber estas alunas, principalmente devido à necessidade do mercado em conseguir mão-de-obra qualificada,” disse Urquiza. O professor comentou também que, apesar de ainda existir um receio por parte dos empresários em contratar mulheres para trabalhar nas obras, os benefícios que estas profissionais trazem para a construção são maiores do que as despesas.
São
realizados cursos de pintura de obras, aplicação de revestimento
cerâmico e auxiliar de gerenciamento de obras (Foto: Felipe Ramos/G1)Para a aluna Sandra Andreia, de 33 anos, a expectativa é de que o mercado de trabalho absorva as alunas e que com o tempo, a questão do preconceito seja reduzida. "Sabemos que há um preconceito, principalmente por parte dos homens que acham que só eles podem trabalhar e que as mulheres tenham que ser donas de casa, mas estamos aqui para mostrar que somos capazes de fazer o mesmo trabalho e atuar junto com eles nestas atividades", comentou Sandra.
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