MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 4 de outubro de 2014

Veja as apostas de 4 jornalistas sobre os resultados das eleições no Brasil


por
Osvaldo Lyra
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Neste domingo, a Bahia e o Brasil irão vivenciar uma das mais históricas e acirradas disputas democráticas no País.
O cenário é de uma eleição cuja vitória se mostra como indefinida até o final da contagem de votos das urnas eletrônicas.
Na Bahia, apesar das pesquisas indicarem o favoritismo do democrata Paulo Souto, o seu principal adversário, Rui Costa, está crente de que irá para a segunda fase do pleito.
Sem levantamentos do Instituto Datafolha no estado, cabe ao eleitor, cientistas e jornalistas políticos se basearem no Ibope, contratada pela Rede Bahia, ou no Babesp, do deputado Marcelo Nilo, aliado do governo petista.
A Tribuna ouviu quatro jornalistas com vasta bagagem na área política para saber suas apostas sobre quem leva o governo baiano, o Senado e a Presidência da República.
Mário Kertész
Tribuna da Bahia – Qual é a sua aposta para o governo baiano?
Mário Kertész - Não tenho aposta nenhuma. Que aposta? Sei não. Tenho a menor ideia. Só nas urnas domingo para termos noção do que vai ser. Acho que pode dar Paulo Souto no primeiro turno. Como Lídice está muito fraca, a tendência é que quem ganhe, ganhe no primeiro turno. Essas pesquisas que indicam algo, depois indicam outra coisa. Qual a base racional que a gente tem para fazer qualquer análise? Nenhuma. Posso ter até minhas preferências para o governo do estado, mas não posso ter nenhuma afirmação do que vai ocorrer por falta de um sistema de pesquisas consistente.
Tribuna - E para o Senado, quem sairá vitorioso?
Mário - No Senado, acho que é a mesma coisa. A disputa teve definida claramente para Geddel, depois aparentemente Otto cresceu. Não tenho a menor ideia mesmo de quem vai. Só o eleitor no domingo para definir isso. O eleitor será soberano nas urnas.
Tribuna – Para presidente, acredita que haverá segundo turno? E quem leva?
Mário –  Para a eleição presidencial, acho que Aécio tem grandes chances de ir para o segundo turno com Dilma. Ele vem numa rota ascendente e Marina vem desidratando. E agora na reta final, a força dos estados pode ajudar a fazer com que ele passe de Marina. Também tem o seguinte, as análises do debate de ontem (noite de quinta-feira, na Globo) indicam que ele se saiu muito bem. Se bem que, como acabou muito tarde, você não sabe de que forma isto pode influenciar uma parcela significativa do eleitorado. Foi um debate inovador, foi legal.
Raul Monteiro
Tribuna - Qual sua aposta para a eleição de governo? Terá ou não segundo turno?
Raul Monteiro -
A desconfiança generalizada em relação às pesquisas sobre a sucessão na Bahia torna os prognósticos sobre o resultado das eleições imprevisíveis, o que é lamentável. Há casos e casos de erros clássicos, além de manipulações deslavadas, que dificultam a aferição das probabilidades. Restam, então, os levantamentos encomendados internamente pelas campanhas para monitorar suas estratégias. E estes, pelo que se tem conhecimento, divergem em relação à definição de em qual etapa as eleições se definirão.
Tribuna - E a disputa pelo Senado? Quem leva?
Raul - Para completar o quadro de desconfiança em relação às pesquisas, temos ainda uma situação de disputa acirrada pela vaga ao Senado entre os candidatos Otto Alencar, do PSD, e Geddel Vieira Lima, do PMDB. Até onde sei, Geddel vinha enfrentando uma rejeição muito grande em Salvador que, segundo seus apoiadores, teria sido superada neste momento mais próximo da eleição. Parece inconteste que Otto cresceu e avançou muito, principalmente no eleitorado do interior. Será, sem dúvida, a disputa mais eletrizante desta campanha majoritária.
Tribuna - E a sucessão presidencial? Quem ganha?
Raul  - Está aí uma disputa que não acho que possa ser definida no primeiro turno, embora tudo possa ocorrer neste quadro predominante de imprevisibilidade, cujo fato mais marcante foi a morte de Eduardo Campos, um político que tinha tudo para crescer no cenário nacional. Neste momento, as atenções se voltarão basicamente sobre quem terá condições de passar ao segundo turno para enfrentar a presidente. O Datafolha parece ter identificado uma tendência de crescimento para o candidato tucano Aécio Neves, passado o clima emocional em que Marina Silva, do PSB, foi embalada.
Raimundo Varela
Tribuna da Bahia – Quem é sua aposta para o governo baiano?
Raimundo Varela – Essa eleição é de segundo turno. Ninguém ganha essa eleição no primeiro turno. Há sempre uma polarização, e acho que Paulo Souto arrisca na frente, não tem jeito.
Tribuna - E para o Senado, quem sairá vitorioso?
Varela - Para o Senado, o Otto é um cara de muito trabalho e vejo ele tomando sopa quente, comendo pelas beiradas. A força de Otto é do interior para dentro, uma força convergente para a capital baiana. O Geddel tem muita musculatura da capital para fora. Acho que é um jogo duro, mas o Otto deve levar vantagem nessa história. Me parece que é isso.
Tribuna – Para presidente, o senhor acredita que haverá segundo turno? E quem leva?
Varela – A sucessão presidencial quem ganha é Dilma. É possível um segundo turno, mas ela ganha. Não tem jeito. Eu entendo que o povo não quer muita coisa, o povo quer escola gratuita do nível da particular, quer uma saúde pública e uma saúde primária que é o atendimento, e uma segurança pública. E ninguém consegue explicar como fazer isso. Qual a fórmula para fazer isso? Até porque o orçamento de 2015 já está aprovado. Você em Brasília tem R$ 109 bilhões para saúde. Dona Dilma não pode tirar de um para pôr no outro. A educação tem R$ 101 bilhões. Enquanto isso, Brasília custa    R$ 600 bilhões com 39 ministérios. Então a despesa com Brasília é seis vezes mais do que com a saúde. É preciso mudar e criar nova prioridade do orçamento, seja do Estado e da União. Eu acho que segundo turno vai ser Aécio e Dilma. Marina não tem musculatura partidária. Qual o governador do Brasil que está trabalhando para Marina? Ela não tem musculatura econômica e nem partidária. É como eu em 2004, que liderei pesquisa mas não tinha vereador, não tinha como ser prefeito. Acho que Marina a cada dia que passa se isola mais porque a Dilma tem uma máquina na mão e dificilmente perde essa eleição. Alem disso, tem 56 milhões de brasileiros na Bolsa Família.
Zé Eduardo (Bocão)
Tribuna da Bahia – Quem é sua aposta para o governo baiano?
Zé Eduardo – Acho que terá segundo turno pelo crescimento surpreendente de Rui Costa. Quando a pesquisa começou, ele começou com 6% saiu pra 9%, depois 12%, e fechou a sexta-feira passada com 27%. Então o crescimento dele foi surpreendente e rápido, apesar de que existe a interrogação grande porque Paulo Souto não desceu dos 42%. Foi para 44%, 46%, 43%. Ele oscila nessa margem de erro de dois pra cima e dois pra baixo. Acredito que Rui cresce na reta final e que teremos segundo turno. O que é, na minha opinião, uma desvantagem para a oposição.
Tribuna - E para o Senado, quem sairá vitorioso?
Zé Eduardo - Na disputa para o Senado, a princípio, aparentava que Geddel tomava dianteira com certa facilidade pelo que a pesquisa mostrava. E Geddel era um homem do interior que rodou muito no interior, como ministro da Integração Nacional, fazendo obras, e acreditava-se que ele iria com certa folga. Mas a força da cabeça da chapa do PT fez com que Otto Alencar emparelhasse o jogo. Hoje existe um empate técnico, mas me parece que Geddel, pela força que tem no interior, vence Otto. E por ser eleição de um turno só não tem muita alternativa. Ou é agora ou não é.
Tribuna – Para presidente, haverá segundo turno? E quem leva?
Zé Eduardo - Acho que Dilma ganha, vai para o segundo turno com Aécio, que passa por cima de Marina. E no segundo turno Dilma leva. O cenário de Dilma no segundo turno facilita um segundo turno aqui na Bahia porque o PT vai morar aqui no Estado e aí facilita para Rui Costa.

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