MEDIÇÃO DE TERRA

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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Mudando de carreira após os 40 anos


Necessidade de mudança é comum, mas é quase sempre adiada por receio de colocar em risco a estabilidade financeira e profissional
JORNAL O HOJE - GO | Por: Luiz Redação
Necessidade de mudança é comum, mas é quase sempre adiada por receio de colocar em risco a estabilidade financeira e profissional
Necessidade de mudança é comum, mas é quase sempre adiada por receio de colocar em risco a estabilidade financeira e profissional 
Após mais de 20 anos trabalhando em uma mesma área surge o sentimento de que não é aquele o destino que se esperava e vem a dúvida: engolir a frustração e continuar no mesmo segmento ou arriscar-se em outras áreas? “Se você acredita que chegou aos 40 anos de idade e agora não existe mais tempo para rever seus sonhos e seu projeto profissional, então saiba que, pelas estatísticas, você passou recentemente apenas metade do caminho”, afirma o coach de carreira, educador vocacional e fundador do Instituto MS, Maurício Sampaio.
O especialista observa recentes pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que elevaram a expectativa de vida dos brasileiros, que é de 74,6 anos. “Aliás, a taxa não para de crescer. Em 2002, por exemplo, o índice era de 71 anos. Ou seja: se você tem dúvida se vale à pena mudar de vida e ser feliz, não perca mais tempo”, aconselha.
Essa sensação tão forte, diz ele, que chega nessa etapa da vida, em grande parte da população entre 37 a 45 anos, é considerada normal pelos estudiosos no assunto. De acordo com alguns autores, é a fase chamada de estabelecimento e manutenção. Trata-se de um período em que as pessoas param para rever o que construíram até o exato momento, preocupam-se mais com seu autoconceito e analisam o que realmente querem para os próximos anos, explica Sampaio.
Segundo ele, é quase um balanço, assim como se faz nas grandes empresas, para parar, analisar, refletir e agir novamente. Separar o que valeu e não valeu a pena, onde colocar mais esforços e tomar decisões estratégicas para viver com plenitude nos próximos anos.
Isso acontece por alguns motivos. Para alguns profissionais, o que pesa é o tempo fora de casa e longe da família, pois nessa idade se percebe que as horas diárias dedicadas ao trabalho superaram as horas de contato com os filhos. Com isso, muitos acabam contraindo um sentimento forte de culpa.
Outro aspecto que faz com que essa fase seja mais reflexiva é porque muitos, por mais que estejam satisfeitos financeiramente, ainda acreditam que não estão se sentindo completos e realizados. “É muito comum ver exemplo de profissionais bem-sucedidos que acabam utilizando suas economias para causas beneficentes, apadrinhando ONGs e projetos sociais”, conta. “Sempre existe a hora de mudar. Nada impede que alguém, principalmente no auge da idade, refaça uma escolha profissional.”
O mercado de trabalho mudou, diz ele, as oportunidades mudaram, a tecnologia abriu portas para que as pessoas exponham seus talentos e habilidades. O que não falta são opções para empreender. Porém, avisa o especialista, o mais importante é encontrar a satisfação pessoal e profissional, buscar o que realmente faz sentido na vida e que seja motivador.

Reflexão
O primeiro passo para quem pensa em mudar de carreira aos 40 anos é investir algum tempo em autoconhecimento e reflexão. Este processo deve ser aprofundado e levantar questões que ajudem a definir o propósito final desta atitude, os benefícios e prejuízos da mudança, assim como as dificuldades que poderão surgir nesta nova etapa.
Durante a transição, um ponto importante é a readequação das expectativas. Quem decide começar uma nova carreira, independente da idade, deve ter a consciência de que será necessário, muitas vezes, dar alguns passos para trás até que se consiga algum crescimento. Isso porque trata-se de um universo diferente, com outras demandas e particularidades, onde seus conhecimentos prévios podem não ter grande peso.
“Por fim, deixo uma dica com uma equação que pode ajudar nessa escolha: 70% / 30%. Ao decidir por qualquer atividade, tenha sempre em mente que 70% dessa nova ocupação deve lhe dar prazer, e 30% são os afazeres essenciais, que devem ser cumpridos para que os 70% funcione.

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