Explorar “contradições” de rivais é foco de equipe do PT para redes sociais. Eles estão certos.
Sempre que você vir um “especialista em política” dizendo que a política baseada em ataques não dá certo, pode suspeitar logo de cara. Veja a notícia mostrando que o ataque aos adversários é o foco da equipe do PT para as redes sociais, do UOL:
Atacar, primeiro. Propor, depois. Assim pode ser definida a estratégia do comando das redes sociais do PT para o segundo turno das eleições presidenciais segundo o vice-presidente da legenda, Alberto Cantalice, que também responde pela coordenação das redes sociais do partido. “Vai ser assim até o final”, diz.Vamos aos fatos. Há problemas morais na campanha do PT, como o uso de mentiras contra o povo, ética distorcida e sistema de pensamento inerentemente monstruoso, além de mais um ou dois fatores. Mas tirando esses fatores, todos (prestem atenção: todos) os demais componentes da propaganda petista devem ser copiados pelos seus adversários.
Cantalice coordena uma equipe de aproximadamente 20 pessoas que, em pouco mais de dois meses, foi responsável por quase dobrar o número de “curtidas” no perfil de Dilma Rousseff (PT) no Facebook. No início de julho, Dilma tinha pouco mais de 690 mil “curtidas”. Hoje, elas são quase de 1,2 milhão. O número de curtidas da página do PT na rede social também quase dobrou. Saiu de 256 mil em julho para mais de 433 mil.
Para o segundo turno, Cantalice afirmou que sua equipe terá duas prioridades: atingir os adversários e explorar pontos positivos de Dilma. “Nosso foco será reverberar as contradições deles e, depois, divulgar as ações do PT e da candidata Dilma”, explicou Cantalice. A estratégia descrita por ele parece consonante com o núcleo duro da campanha de Dilma. Na última semana, seis inserções de rádio explorando o que o partido qualifica como ´mudanças de ideia´de Marina Silva (PSB) foram veiculadas. No mesmo dia, as inserções estavam disponíveis na página de Dilma na internet.
Cantalice disse que a função de sua equipe é não atacar ninguém no âmbito pessoal. “Vamos continuar trabalhando, mas não estamos atacando ninguém pessoalmente. É tudo no campo político”, diz o coordenador.
Não nego que eles são o verdadeiro template atual de como se faz uma campanha política. É só ler Horowitz, Alinsky, Lakoff, Gramsci e Chomsky, só para citar alguns exemplos, e perceber que eles seguem tudo direitinho.
Enquanto isso, o PSDB, ao menos para a campanha presidencial, é um exemplo de como não se fazer uma campanha política. Ver a campanha do PT e a do PSDB é como ver um pattern e um anti-pattern, como existe na indústria de software.
Um alerta: sugiro que deixem de “travar” quando falo para usarem os bons exemplos da campanha do PT (desde que você não caia nos problemas morais deles, é claro) e entendam que os resultados só virão para quem atuar direito, em termos de guerra política.
Como exemplo, o PT usa a campanha do medo, mas com mentiras. O que impede o PSDB de usar uma campanha de medo com base em verdades do que ocorre na Venezuela? Nada. E o que o PSDB fez nesse sentido? Nada. Então aí temos um problema: o da omissão.
Atacar o oponente é um dos princípios da guerra política. Como disse Horowitz, “na guerra política, o agressor geralmente prevalece”.
Alias, no programa de TV Dilma quase não está mais atacando seus oponentes, pois não precisa: Aécio já está fazendo o serviço ao atacar Marina. Mas nas redes sociais, quando eles não possuem limitação de tempo, os ataques serão cada vez mais fulminantes e virulentos.
Como de costume, assistimos o PT fazer uma campanha correta enquanto seus adversários fazem a campanha que os governistas pediram a Deus. O PSB até que tenta, mas o PSDB parece já ter entregue a rapadura.
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