"Operação Passa Dilma" montada para abafar a participação da presidente na escandalosa compra de Pasadena teve a participação do ministro da Justiça.
Primeiro, Lula chamou José Múcio, ministro do TCU ao seu escritório
em São Paulo, para dar ordens sobre como deveria ser conduzida a questão
do relatório sobre a escandalosa compra de Pasadena. Depois, foi
revelado que Luiz Adams, Advogado Geral da União, foi ao tribunal
pressionar os ministros para adiamento do julgamento. Agora a imprensa
revela que, junto com Adams, estava o ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo, no mais absurdo desvio de suas funções. A ameaça contra o
relator José Jorge foi como um direto no queixo. Se o seu relatório
incriminasse Dilma, seria derrubado pelo plenário, maior a ofensa e
desqualificação que poder ser feita a um membro de qualquer tribunal de
contas. A Operação "Passa Dilma" deu certo. Apenas os diretores foram
responsabilizados por um rombo de cerca de U$ 800 milhões.
O ministro da Justiça, José
Eduardo Cardozo, esteve no TCU (Tribunal de Contas da União) para tratar do
processo que apurava prejuízo na compra da Refinaria de Pasadena, pela
Petrobras, um dia antes do órgão analisar o caso no plenário. Cardozo acompanhou o
advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, que tinha audiência previamente
agendada com o presidente do órgão, ministro Augusto Nardes. A visita do
ministro da Justiça não estava prevista. Segundo a Folha apurou, Adams e
Cardozo queriam que a votação fosse adiada.
Adams alegou querer mais prazo
para defender a Petrobras, mas o relator, ministro José Jorge, não atendeu o
pedido e votou o processo na quarta-feira (23). A Polícia Federal, que está
subordinada ao ministro da Justiça, investiga em inquérito criminal a compra da
refinaria que causou prejuízos à estatal e apura se há o envolvimento de
diretores da empresa no negócio.
Questionado sobre o motivo de
tratar da compra de Pasadena no tribunal, Cardozo informou, por meio de sua
assessoria, que cabe a ele "acompanhar regularmente todos os casos que
dizem respeito a atividades ordinárias da pasta --o que justifica a atuação junto
aos órgãos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário por meio do titular da
Pasta, secretários e diretores". A AGU informou que o
advogado-geral pode, por lei, atuar em processos referentes à estatais,
inclusive no TCU. No caso específico de Pasadena, a AGU ingressou como
interessada no processo em maio deste ano.
Adams afirmou que pediu audiência
e foi atendido pelos ministros Augusto Nardes, Benjamin Zymler, Ana Arraes,
Raimundo Carreiro, José Jorge e José Múcio. Ao relator pediu o adiamento por
uma semana do julgamento por só ter tido acesso ao relatório do caso na
terça-feira pela manhã. "Tendo o referido relatório
aproximadamente 300 páginas, seria inviável, sem um estudo detalhado do mesmo,
a realização de sustentação oral no dia do julgamento, uma vez que este
ocorreria no dia seguinte".
PREJUÍZOS
Na segunda-feira anterior à
votação, o ministro do tribunal José Múcio se encontrou com ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva em São Paulo. Múcio, ex-ministro do petista, nega que eles
tenham tratado do assunto da compra de Pasadena.
O TCU condenou 11 diretores e
ex-diretores da Petrobras a devolver US$ 792 milhões (R$ 1,6 bilhão) por
prejuízos na aquisição da refinaria em 2006. Os conselheiros da estatal, entre
eles a presidente Dilma Rousseff, não foram responsabilizados pelos prejuízos.
Como ministra da Casa Civil, Dilma presidia o conselho em 2006, época do
negócio.
A compra da refinaria trouxe
constrangimentos para o governo Dilma e para a cúpula da estatal. Integrantes
da campanha da presidente temem que o desgaste com o assunto seja explorado
pela oposição na eleição.
'SIMPLISTA'
BLOG DO CORONEL
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