O
site britânico "Wales Online" destacou neste domingo (29) que, à parte
de toda a discussão sobre Copa do Mundo e Olimpíadas de 2016, o Brasil é
um ótimo país para fazer negócios. Na opinião da autora do texto – a especialista em impostos Louise Evans, que atua na unidade do País de Gales da multinacional Grant Thornton, de auditoria e consultoria contábil –, o
fato de o Brasil hospedar dois grandes eventos esportivos quase
seguidos representa uma grande oportunidade para empresas do Reino Unido
também poderem "abocanhar uma fatia desse bolo".
Segundo
o artigo, porém, quem deseja quer investir aqui deve se preparar bem
primeiro: pesquisar o mercado a fundo e explorar oportunidades com
parceiros locais. Em seguida, há a questão da língua, e é aconselhável
ter um tradutor que fale português fluente – pois "o inglês não é muito falado no Brasil, a menos que você esteja lidando com altos executivos". (Leia o texto original, em inglês).
Além disso, é preciso estar ciente das diferenças regionais do país. Para Louise
Evans, é muito diferente fazer negócios no estado de São Paulo, "o
motor econômico do país", com 40 milhões de habitantes, em relação a
áreas menos desenvolvidas do Norte e do Nordeste. Mas, embora
possa ser mais fácil fechar negócios nas regiões mais ricas, os locais
menos desenvolvidos têm impostos mais baixos e podem até oferecer
incentivos fiscais e menor concorrência, destaca o texto.
O Brasil – integrante dos Brics, junto com Rússia, Índia, China
e África do Sul – é descrito como "uma das grandes economias emergentes
que têm ocupado um lugar à mesa ao lado das potências globais". Maior
economia da América Latina, com um Produto Interno Bruto (PIB) que
representa mais da metade do PIB da região, o país é visto como uma
economia de manufatura e serviços em expansão, impulsionada por uma
classe média que cresce rápido e aumenta a demanda interna. Além disso,
há uma base industrial "sofisticada e ampla", que favorece o consumo, e
estabilidade política.
Mas
nem tudo é otimismo. O artigo também destaca que o primeiro obstáculo
para qualquer empresa britânica no Brasil é o sistema tributário, com
impostos altos e complexos. O site cita um estudo recente do Banco
Mundial que classificou o nosso país como um dos piores do mundo para
administrar a carga tributária, com cerca de 50 taxas em potencial.
Outra
grande dor de cabeça mencionada pelos britânicos é o nível de
burocracia – o que acaba levando muitas empresas estrangeiras de volta
para casa. Entre os problemas, o texto aponta entraves para obter
licenças de importação e registros, como ocorre no setor farmacêutico.
Nesses casos, para reduzir a carga fiscal e a burocracia, muitas vezes é
mais vantajoso terceirizar a produção ou buscar outra opção.
O artigo do "Wales Online" cita, ainda, as distâncias e diversidades envolvidas no Brasil, que tem uma área de 3,3 milhões de quilômetros quadrados e 200 milhões
de habitantes. O País de Gales, por exemplo, tem uma área de 8 mil
quilômetros quadrados e uma população de 3,06 milhões de pessoas.
Investir no Brasil também significa ter acesso ao Mercosul – "o equivalente latino-americano da União Europeia" –, que inclui Paraguai, Uruguai, Argentina e Venezuela, e reúne uma população total de 250
milhões de pessoas. Para muitos analistas, o bloco tem potencial de ser
uma das maiores economias do mundo até meados deste século.
FONTE G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário