Menino que superou deficiência física entrará com jogador alemão nesta segunda no Beira-Rio
Estudante da 4ª série, Getúlio da Silva jogava futebol com muletas na escola antes de caminhar sozinho
por Itamar Melo
Apaixonado por futebol, garoto superou o problema e virou goleiro
Foto:
Léo Cardoso / Agencia RBS
Apaixonado por futebol, o menino de Alvorada joga atualmente como goleiro e até já participou de torneios infantis.
Nesta segunda-feira, é um dos escolhidos para entrar com o time da Alemanha no Beira-Rio – sonha dar as mãos ao arqueiro Neuer.
– Vou me apresentar para ele: “Ich bin Getúlio”. Vai ser goleirinho com goleirão – explica.
Seus pais, a auxiliar administrativa Cibeli de Oliveira Fernandes, 36 anos, e o empresário Getúlio Santos da Silva, 44 anos, perceberam algo errado quando Getulinho fez um ano e meio sem conseguir falar ou mover-se.
Descobriram que o filho havia sofrido uma parada respiratória pouco depois de nascer. Então deram início, com ajuda da Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD), a uma odisseia que inclui incontáveis sessões de fisioterapia, de fonoaudiologia, de psicologia e de exercícios na água, sem contar com uma cirurgia nos pés e injeções semestrais nas pernas.
– Ele tinha limitações físicas muito severas. Com dois anos e meio, só conseguia se arrastar. Eu achava que ele tinha de fazer exercícios – conta o pai.
A paixão do menino pelo futebol foi fundamental. Com três anos, o pai erguia o filho junto a uma parede, amparado por travesseiros, e arremessava uma bola, para que o garoto defendesse como goleiro.
Era a forma de prepará-lo para ficar de pé. Mais tarde, montou duas barras paralelas no pátio e forrou o chão com areia. Getúlio segurava-se nelas e tentava chutar uma bola. Esforçava-se tanto, treinando sozinho horas a fio, que um dia conseguiu soltar-se das barras para bater.
– Adoro futebol toda a minha vida e isso me motivou. Quero ser goleiro do Inter e da Seleção.
Sempre bem-humorado, o garoto tem exigido tratamento VIP em casa nos últimos dias, já que, graças a ele, o pai verá a partida desta segunda de graça:
– Me dei conta que sou o ingresso do meu pai. Se eu faltar, ele não vai ao jogo. Por isso, quando quero comer, digo pra ele: “Pai, o ingresso está com fome” – diz o brincalhão e vencedor Getúlio.
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