domingo, 29 de junho de 2014

Site britânico diz que Brasil é ótimo para fazer negócios


Site britânico 'Wales' O site britânico "Wales Online" destacou neste domingo (29) que, à parte de toda a discussão sobre Copa do Mundo e Olimpíadas de 2016, o Brasil é um ótimo país para fazer negócios. Na opinião da autora do texto – a especialista em impostos Louise Evans, que atua na unidade do País de Gales da multinacional Grant Thornton, de auditoria e consultoria contábil –, o fato de o Brasil hospedar dois grandes eventos esportivos quase seguidos representa uma grande oportunidade para empresas do Reino Unido também poderem "abocanhar uma fatia desse bolo".
Segundo o artigo, porém, quem deseja quer investir aqui deve se preparar bem primeiro: pesquisar o mercado a fundo e explorar oportunidades com parceiros locais. Em seguida, há a questão da língua, e é aconselhável ter um tradutor que fale português fluente – pois "o inglês não é muito falado no Brasil, a menos que você esteja lidando com altos executivos". (Leia o texto original, em inglês).
Além disso, é preciso estar ciente das diferenças regionais do país. Para Louise Evans, é muito diferente fazer negócios no estado de São Paulo, "o motor econômico do país", com 40 milhões de habitantes, em relação a áreas menos desenvolvidas do Norte e do Nordeste. Mas, embora possa ser mais fácil fechar negócios nas regiões mais ricas, os locais menos desenvolvidos têm impostos mais baixos e podem até oferecer incentivos fiscais e menor concorrência, destaca o texto.
O Brasil – integrante dos Brics, junto com Rússia, Índia, China e África do Sul – é descrito como "uma das grandes economias emergentes que têm ocupado um lugar à mesa ao lado das potências globais". Maior economia da América Latina, com um Produto Interno Bruto (PIB) que representa mais da metade do PIB da região, o país é visto como uma economia de manufatura e serviços em expansão, impulsionada por uma classe média que cresce rápido e aumenta a demanda interna. Além disso, há uma base industrial "sofisticada e ampla", que favorece o consumo, e estabilidade política.
Mas nem tudo é otimismo. O artigo também destaca que o primeiro obstáculo para qualquer empresa britânica no Brasil é o sistema tributário, com impostos altos e complexos. O site cita um estudo recente do Banco Mundial que classificou o nosso país como um dos piores do mundo para administrar a carga tributária, com cerca de 50 taxas em potencial.
Outra grande dor de cabeça mencionada pelos britânicos é o nível de burocracia – o que acaba levando muitas empresas estrangeiras de volta para casa. Entre os problemas, o texto aponta entraves para obter licenças de importação e registros, como ocorre no setor farmacêutico. Nesses casos, para reduzir a carga fiscal e a burocracia, muitas vezes é mais vantajoso terceirizar a produção ou buscar outra opção.
O artigo do "Wales Online" cita, ainda, as distâncias e diversidades envolvidas no Brasil, que tem uma área de 3,3 milhões de quilômetros quadrados e 200 milhões de habitantes. O País de Gales, por exemplo, tem uma área de 8 mil quilômetros quadrados e uma população de 3,06 milhões de pessoas.
Investir no Brasil também significa ter acesso ao Mercosul – "o equivalente latino-americano da União Europeia" –, que inclui Paraguai, Uruguai, Argentina e Venezuela, e reúne uma população total de 250 milhões de pessoas. Para muitos analistas, o bloco tem potencial de ser uma das maiores economias do mundo até meados deste século.
FONTE G1

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