Tradicional encontro terá início a partir das 21h deste sábado (28).
Celebração ao santo padroeiro inclui ainda procissões marítima e terrestre.
Largo de São Pedro reúne milhares de pessoas todos os anos nos dias 28 e 29 (Foto: Biné Morais/O Estado)
O largo da Capela de São Pedro, no bairro da Madre Deus, em São Luís,
recebe o tradicional encontro de grupos de bumba-meu-boi, a partir das
21h. A festa que reúne cultura e religiosidade deve receber pelo menos
100 grupos, que vão ao local para pedir bênçãos e agradecer pela
temporada junina ao santo padroeiro.“A cada ano, mais e mais grupos de bumba meu boi se concentram na porta da capela. Quando a tradição começou, apenas os grupos de matraca vinham, mas, nos últimos anos, até os grupos de orquestra têm participado da festa. Eles costumam ser os primeiros a chegar, por volta das 21h”, informou Regina Soeiro, coordenadora do Conselho da Igreja de São Pedro.
A tradição, que segundo a comunidade já se mantém há 74 anos, conta ainda com duas procissões: a marítima, marcada para as 8h de domingo (29), e que reunirá cerca de 50 embarcações; e a terrestre, onde centenas de fiéis percorrerão as ruas do centro de São Luís a partir das 16h30. A operação de segurança para o festejo conta com 40 policiais militares, de acordo com matéria publicada pelo jornal O Estado do Maranhão deste sábado (28).
Com o tema 'Na alegria do anúncio do Evangelho, festejamos São Pedro', desde o dia 20 deste mês a capela dedicada ao santo, no bairro Madre Deus, fica lotada de fiéis rendendo homenagens ao padroeiro, mas é na virada da noite do dia 28 para o dia 29 (data dedicada a São Pedro) que ocorre o ponto máximo do festejo. Durante a noite e toda a madrugada, dezenas de grupos de bumba meu boi saem de suas apresentações nos arraiais da cidade e seguem para a capela, onde pedem bênçãos e proteção.
Antes da passagem e apresentação dos grupos de bumba-meu-boi na Capela de São Pedro, a comunidade católica da Madre Deus cumprirá uma programação religiosa que serve como preparação para a festa durante a madrugada. Às 19h30, será encerrado o novenário e em seguida o arcebispo de São Luís, dom José Belisário, celebra missa na capela. “A programação religiosa é o mais importante de todo o período. O encontro de grupos de bumba meu boi é uma tradição popular”, disse Regina Soeiro.
Procissão marítima dedicada a São Pedro
(Foto: Biné Morais/O Estado)
As celebrações religiosas seguem durante todo o dia de amanhã, quando
ocorrem as duas procissões, também tradicionais do festejo. A partir das
8h, cerca de 50 embarcações devem se concentrar na Rampa Campos Melo,
Praia Grande, de onde seguem em procissão marítima. Partindo do Cais da
Praia Grande, os pescadores seguirão em seus barcos pelo porto do
Genipapeiro, Ponta d’Areia, Barragem do Bacanga, voltando para a rampa
Campos Melo, em um percurso de quase 2h. Diferente do que acontecia
tradicionalmente, este ano o andor com a imagem de São Pedro não seguirá
na Lancha Diamantina, mas em uma embarcação menor, onde estarão apenas
10 pessoas, entre o padre Orlando Ramos, músicos e equipe de apoio.(Foto: Biné Morais/O Estado)
À tarde, a partir das 16h30, ocorre a procissão terrestre, que sairá da capela e seguirá pelas ruas São Pantaleão, Cajazeiras, Passeio, avenidas Rui Barbosa e Múcio Mendonça, retornando ao Largo de São Pedro, onde os padres Orlando Ramos e Hélio celebram missa campal para a qual são esperados cerca de 3 mil fiéis. A programação do domingo será encerrada com apresentação do Boizinho Barrica, às 21h.
Vistoria
Durante a manhã de sexta-feira, equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Maranhão (CBMMA) fizeram uma vistoria no local e verificaram uma série de itens de segurança. Com a relação à estrutura da capela, não foi encontrada nenhuma irregularidade, mas algumas barracas foram notificadas e precisam fazer adequações nas instalações elétricas. Também foi recomendado aos comerciantes que coloquem baldes de areia no interior das barracas para o caso de incidentes com fogo.
História
Segundo a comunidade da Madre Deus, o festejo na Capela de São Pedro teve início há 74 anos. O festejo teria se originado no Desterro, em 1939, indo para a Madre Deus em 1940, onde havia mais pescadores, cujo padroeiro é o santo. Na época, a capela era de taipa e coberta com palha. Apenas em 1949 foi erguida a de alvenaria, com o apoio do político e industrial Cesar Aboud, dono da Fábrica Santa Isabel, de tecelagem.
Em 1945, o comunitário João Fonseca criou a comissão organizadora. Assim, a festa ganhou leilão de prendas, procissões terrestre e marítima, além da louvação de bumba-bois. Naquela época, só os bois de zabumba, como os de Mizico, Medonho e Lorentino, parabenizavam São Pedro. Depois, os de matraca passaram a participar do encontro, que atualmente reúne grupos de todos os sotaques. Em 1949, houve a inauguração do templo, com apoio da Colônia de Pescadores Z-1, da Madre Deus. A capela foi reformada por mais três vezes, duas delas pela Prefeitura de São Luís, em 1973 e 1995. A arquitetura atual data de 1997 e foi feita pelo Governo do Estado, na primeira gestão da governadora Roseana Sarney.
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