Flávio Tavares/Hoje em Dia
Jânio Gomes, do Sindicalçados: negociação de terreno com a Prefeitura para o polo calçadista
O Arranjo Produtivo Local (APL) de bolsas e calçados da Região
Metropolitana de Belo Horizonte está adotando novas metodologias de
desenvolvimento de produtos para firmar-se como um dos maiores e mais
criativos do país. Para isso, o design entrou de vez na linha de
produção.
Por meio do Programa de Apoio à Competitividade dos APLs do Estado,
coordenado pela Federação das Indústrias (Fiemg), dezenas de empresas
mineiras estão investindo em conceitos e voltando a atenção para a
própria origem para criar coleções autorais e bem elaboradas.
“O APL contempla diversas ações e todas elas são muito importantes.
Temos ações de pesquisa, de chão de fábrica, de prospecção de mercado e
de design. A vontade é participar de todas, mas, além de demandarem
muito tempo, elas muitas vezes são incompatíveis com nossas agendas”,
afirma o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Bolsas
e Cintos do Estado de Minas Gerais (Sindibolsas-MG), Rogério Lima, dono
da empresa que leva seu nome.
Projeção
Atualmente, existem 257 indústrias de bolsas e calçados na Região
Metropolitana, sendo 80 delas sindicalizadas e aproximadamente 30
integrantes do APL.
De acordo com Lima, há cerca de sete anos as iniciativas de fomento ao
setor tiveram início e, agora, o projeto começa a apresentar uma forma
mais definida, na etapa final dos investimentos de R$ 3 milhões
financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
O próximo e mais ousado passo será a criação de um distrito industrial
que vai concentrar todos os fabricantes da região em um só local – hoje,
as empresas estão dispersas em diversas localidades de Belo Horizonte e
dos municípios vizinhos.
“Estamos trabalhando junto à prefeitura (de Belo Horizonte) para
conseguir um espaço, o que vai facilitar muito em termos de logística. A
negociação já está adiantada. Espero que em menos de dois anos já
tenhamos a definição de um terreno”, diz o presidente do Sindicato das
Indústrias de Calçados do Estado de Minas Gerais (Sindicalçados-MG),
Jânio Gomes, proprietário da empresa Júnia Gomes.
Otimismo
Para este ano, as perspectivas são positivas, embora o cenário
econômico não apresente sinais favoráveis às indústrias nem ao varejo.
Mas, segundo Gomes, a 14ª edição do Minas Trend Preview, no início deste
mês, trouxe um retorno interessante para os representantes do setor.
“Tudo que falarmos agora será no campo da especulação, mas, por
incrível que pareça, 2014 poderá ser um ano bom. Tivemos um bom retorno
no Minas Trend e janeiro também foi um mês que nos favoreceu”, diz o
presidente do Sindicalçados-MG.
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