Veja como perceber defeito na suspensão, embreagem e câmbio.
É a segunda parte da coluna que explica que seu carro 'fala'.
O primeiro indicador de problema na embreagem ocorre quando o pedal fica pesado.
Pedal da embreagem 'borrachudo' deve ser
sinal de alerta (Foto: Denis Marum/G1)
Muitos motoristas não percebem, pois o endurecimento é gradativo e eles
acabam se acostumando com o peso no pedal. No segundo momento, o
motorista tem dificuldade para engate da primeira marcha e da marcha ré:
popularmente se diz que elas começam a "arranhar".sinal de alerta (Foto: Denis Marum/G1)
A pior situação ocorre na saída: quando se engata a primeira marcha, o carro trepida e começa a se movimentar apenas quando você praticamente já tirou todo o pé do pedal da embreagem. A sensação é de que o motor está sem força.
Platô, disco e atuador da embreagem
(Foto: Denis Marum/G1)
Na verdade o problema não está no motor, mas na embreagem, que está
patinando e não consegue transferir todo o giro do motor para o câmbio
e, assim, para as rodas.(Foto: Denis Marum/G1)
Nesta última situação, convém deixar o telefone do guincho à mão, pois a qualquer momento você poderá ficar a pé. Para resolver o problema é necessário levar o veículo a uma oficina e substituir o kit completo, composto de platô, disco e atuador hidráulico.
Embreagem desgastada (Foto: Denis Marum/G1)
Se quiser prolongar a vida útil do sistema, evite segurar o carro na
subida com o auxílio da embreagem, descansar o pé no pedal e rebocar
barcos ou outros carros.Quando se usa indevidamente a embreagem, o cheiro de queimado é a prova do “crime". Seu carro ficará com este cheiro por várias horas (veja mais na coluna '10 costumes que acabam mais rápido com o carro').
Ruídos de rolamento e dificuldade para engatar marchas intermediárias (segunda, terceira, quarta e quinta) podem ser sintomas de problema na estrutura do câmbio. Dificilmente um câmbio quebra, pois a embreagem costuma absorver os possíveis erros de condução dos motoristas.
Maioria dos problemas no câmbio está ligada
a vazamentos de óleo (Foto: Divulgação)
A grande maioria dos problemas no câmbio está relacionada a vazamentos
de óleo que não são identificados a tempo e acabam por danificar
rolamentos e engrenagens por falta de lubrificação.a vazamentos de óleo (Foto: Divulgação)
Para identificar se um ruído provém do câmbio, você deve, com velocidade acima de 60 km/h, pisar na embreagem. Se o ruído parar, é muito provável que o problema esteja no conjunto do câmbio ou no diferencial.
Câmbio automático possui menor incidência de problemas; por outro lado, necessita de mão de obra especializada e aparelhos específicos para um correto diagnóstico.
Câmbio automático desmontado: mais complexo
geralmente custa mais para ser reparado
(Foto: Denis Marum/G1)
Quando há falha na estrutura de suporte, os efeitos mais comuns são
trepidação do carro e a não troca de marchas.A trepidação pode estar
relacionada aos coxins danificados (coxins são as peças que sustentam o
motor e o câmbio).geralmente custa mais para ser reparado
(Foto: Denis Marum/G1)
Problemas com mudança de marchas podem ter origem mecânica ou no gerenciamento eletrônico - neste caso, uma luz de advertência deverá acender no painel, indicando que o câmbio entrou em "estado de emergência”.
Andar com o carro nesta situação poderá agravar a situação.
Luz acessa no painel (Foto: Denis Marum/G1)
Via de regra, reparos em câmbio automático são caros e demorados: além
da grande quantidade de horas envolvidas, a maioria das peças é
importada e não há muito como fugir dos altos preços.Efetuar as trocas de óleo hidráulico de acordo com o manual e inspecionar periodicamente quanto a vazamentos é a melhor maneira de evitar surpresas.
Ruídos na suspensão são muito comuns, principalmente se você trafega por ruas e avenidas cujo asfalto não obedece a nenhum tipo de normatização. Quem já conheceu as estradas de países desenvolvidos sabe. E não são apenas grandes buracos que danificam a suspensão: asfalto deformado também causa problemas a médio prazo.
Buchas das barras estabilizadoras
(Foto: Denis Marum/G1)
Se o seu carro possui baixa quilometragem, até 30.000 km, o problema
pode ser pontual, ou seja, a troca de uma bucha da barra estabilizadora (foto ao lado), um pivô ou uma bucha de bandeja eliminará o barulho.(Foto: Denis Marum/G1)
Já em um veículo que tem mais de 50.000 km rodados dificilmente o mecânico trocará apenas uma peça, pois diversas peças podem estar com nível avançado de desgaste, por exemplo amortecedores cansados, sem ação, acabam danificando os batentes.
Portanto, substituir apenas os batentes sem trocar os amortecedores é jogar dinheiro fora: em breve você retornará à oficina para trocá-los novamente.
Ruído ao passar por lombada pode indicar
problema na suspensão (Foto: Denis Marum/G1)
Se a suspensão range quando o carro passa em lombadas, com um ruído
similar ao de uma dobradiça de porta enferrujada, o problema pode ser
nas buchas da barra estabilizadora, nos amortecedores ou nas bieletas.
Provavelmente seu mecânico terá que entrar embaixo do carro e solicitará
que alguém balance o veículo para poder identificar em qual dos itens
citados está a origem do ruído.problema na suspensão (Foto: Denis Marum/G1)
Se o barulho é o de uma batida de ferro com ferro, peça para o mecânico verificar se o protetor de cárter não está solto, se os coxins do motor não quebraram ou se buchas de bandeja estão estouradas. Para não ser enganado, peça para ver a peça desgastada ou quebrada e a nova, para comparar.
Pivôs das rodas e terminais de direção com folga, fazem as rodas responderem com atraso ao movimento do volante e o veículo acaba puxando para um dos lados.
Para identificar a origem do problema é necessário colocar o carro no elevador. Se nem o pivô nem os terminais estiverem com folga, o problema pode estar na caixa de direção.
Vale lembrar que pessoas que menos gastam com manutenção são aquelas que fazem revisões preventivas, eliminando pequenos problemas antes que eles se tornem grandes. Leia o manual do proprietário: lá você encontrará informações importantes para prolongar a vida útil de diversos componentes.
Dono de oficina em São Paulo, Denis Marum é formado em engenharia mecânica e tem 29 anos de experiência com automóveis.
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