MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Mulher morre após cinco dias de espera por vaga em UTI no ES


Transferência foi determinada pela Justiça, mas a mulher não resistiu.
Clauricéia Rangel estava em estado grave, com problema nos rins.

André Falcão Do G1 ES, com informações da TV Gazeta

Filha que Justiça após não conseguir vaga para a mãe (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)Filha quer Justiça após não conseguir vaga para a
mãe (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
A falta de vaga na rede pública de saúde fez mais uma vítima no Espírito Santo. Clauricéia Maria Rangel tinha 53 anos e estava internada em estado grave na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guarapari, no litoral do estado, com problemas renais. De acordo com a filha, a Justiça pediu a transferência dela para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), em um hospital estadual, mas o procedimento foi feito tarde demais e a paciente acabou morrendo. A família falou que quer processar o estado e outros envolvidos.
Clauricéia foi encaminhada à UPA pelo Instituto do Rim, na última quinta-feira (3) e morreu por volta das 3h da madrugada desta quarta-feira (9). Por ser um caso grave, a subsecretária de saúde de Guarapari pediu a transferência da paciente ao governo do estado, mas isso não aconteceu.
“A UPA fica com o paciente, mas se o caso se agravar, ele é cadastrado na Central de Vagas, para transferência para Unidade de Tratamento Intensivo. Foi o que aconteceu. Eu mesma liguei várias vezes nesta terça, mas não saiu e a paciente veio a óbito. Nossa obrigação é cadastrar o paciente e a do estado é conseguir a vaga”, disse a subsecretária Gaida Neves.
Minha esposa morreu sem ninguém ver. Muita coisa passou pela minha cabeça, mas a pergunta que ficou foi 'a que ponto chegou a saúde?"
Arildo Rangel, marido da paciente
A família então recorreu à Justiça para pedir a vaga. Nesta terça-feira (8) o pedido foi aceito pelo juiz, que considerou o caso de vida ou morte. A transferência foi determinada para o mesmo dia, mas a ambulância chegou apenas 12 horas depois.
“Minha esposa morreu sem ninguém ver. Muita coisa passou pela minha cabeça, mas a pergunta que ficou foi 'a que ponto chegou a saúde?' Tudo o que os políticos prometem, não cumprem, nada melhora. Eles fazem as coisas que dá para todo mundo ver, como ruas, pontes, mas para a saúde nada, pois as pessoas morrem e ninguém vê”, falou o marido, Arildo Rangel.
A família pretende processar o Estado. “Mesmo depois da decisão da Justiça, falaram que não tinha vaga, demoraram, e quando Samu chegou minha mãe já estava morta. Quantas mãe vão precisar morrer? Agora, quero a Justiça. Vou processar todos os envolvidos nisso, a secretaria de Saúde do município, o governo do estado, a unidade, os médicos, todos. É muita revolta, pois as pessoas veem o que está acontecendo e não fazem nada. As cosias podem ser feitas, mas eles não querem”, disse a filha Francélia Rangel.

Outro lado
O Subsecretário de Estado da Saúde, Geraldo Queiroz, explicou que a secretaria está apurando se houve falhas. “O lugar dessa paciente não era é uma UPA, ela deveria estar na emergência esperando uma vaga de UTI, ou até mesmo já ter sido levada imediatamente para uma UTI. Estamos vendo o que aconteceu e vamos adotar providências, para que sejam responsabilizados aqueles que deram causa a isso, se é que houve culpa de alguém”, disse.
Questionado sobre a falta de vagas de UTIs em unidades do estado, o subsecretário confirmou. “Não é comum, mas às vezes o sistema fica saturado. Já apuramos que não havia vaga de UTI nesse tempo que a paciente precisou, mas espaço nas emergências havia. Era possível fazer 'vaga zero' pelo Samu e essa paciente entrar em alguma emergência para esperar pela vaga”, falou.

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