MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Jovens e adultos apostam em cursos técnicos para realizar sonhos


Escola da Construção Civil do Senai formou 3215 pessoas em 2013.
Segmento é um dos que mais contribui para a economia do Tocantins.

Elisangela Farias Do G1 TO

Segmento da construção civil é um dos responsáveis pelo PIB do Tocantins (Foto: Elisangela Farias/G1 TO)Segmento da construção civil é um dos responsáveis pelo PIB do Tocantins (Foto: Elisangela Farias/G1)
Em busca de uma vaga no mercado de trabalho, jovens e adultos que vivem no Tocantins estão apostando na construção civil. O setor cresceu e ganhou funções especializadas, abrindo novas oportunidades. O crescimento não passou despercebido pela aprendizagem industrial e em 2010, foi criada no estado a Escola  da Construção Civil do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Apenas entre janeiro e agosto de 2013, a instituição formou 3215 pessoas no Tocantins para atuar na construção civil.
Uma das atuais alunas da escola é Bianca Stefani Lopes Luz, de 18 anos. Nascida em Miracema do Tocantins, hoje moradora da quadra 403 Norte, em Palmas, é mãe de duas crianças, e está se desdobrando para conciliar, filhos, casa, marido e o Curso Técnico de Edificações, na Escola da Construção Civil. Com pouco mais de três meses de aula, ela pretende se qualificar para conseguir uma vaga no mercado de trabalho e alimentar o sonho de um dia se tornar engenheira.
Bianca se desdobra com dois filhos, casa, marido, escola e o curso técnico: sonho de ser engenheira (Foto: Elisangela Farias/G1)Bianca se desdobra com dois filhos, casa, marido,
escola e o curso técnico: sonho de ser engenheira
(Foto: Elisangela Farias/G1)
Para dar conta de todas as atividades, a rotina começa cedo. Mãe de Ana Sophia, 3 anos, e João Gabriel, sete meses, pela manhã ela deixa o menor com a mãe e segue para a sede do Senai, em Palmas. “É corrido, de manhã deixo o bebê com minha mãe, à tarde eu estava trabalhando e à noite vou para a escola.”
Além de ir às aulas do curso técnico, que é feito por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), ela está terminando o ensino médio. “Não consegui terminar o segundo grau porque tinha uma doença na gravidez e tive que operar.” A oportunidade de voltar à estudar, foi uma sugestão da irmã dela. “Decidi investir nos estudos. Deixei de trabalhar para estudar. À noite levo o meu filho para a escola, porque já fico o dia inteiro sem ele.”
Entre um tempo e outro, ela ainda tenta dar conta dos afazeres da casa. “Estou investindo na carreira, quando entrar para o curso de engenharia não vou ter muita dificuldade. Pretendo terminar o curso de edificações e começar a trabalhar para pagar a faculdade”, justifica a jovem.
Até que o curso termine, em março de 2015, Bianca vai seguindo a vida. “Já deu vontade de desistir, mas tenho que levar a vida, decidi que não vou desistir e as pedras no meu caminho vou ultrapassar e passar por cima.”
Persistência
Apesar de estar com 36 anos, Victor Hugo Xavier Garcia continua estudando. Está fazendo o quarto curso na Escola da Construção Civil do Senai, já fez de pedreiro, eletricista, autocad e agora investe no curso de azulejista. Ele é de Goiânia e está em Palmas há um ano e meio.
Victor Hugo sonha em montar o próprio negócio de prestação de serviço na construção civil (Foto: Elisangela Farias/G1)Victor Hugo sonha em montar o próprio negócio de
prestação de serviço na construção civil
(Foto: Elisangela Farias/G1)
“Aqui a oportunidade de trabalho é melhor. Morei nos Estados Unidos, onde trabalhava com carpintaria, já trabalhei com computação, em gráfica”, conta, lembrando que resolveu mudar de área em função de novos projetos da família. O pai vendeu um apartamento para construir casas para vender. “Para tomar conta da obra, acabei tendo que saber fazer.”
De funcionário, Garcia quer se tornar empreendedor. “Quero montar o meu negócio. Vi que existe uma deficiência no mercado. Tive que contratar profissionais e não fiquei satisfeito, então é a oportunidade de montar o meu negócio”, observa, dizendo que conhecimento nunca é demais. “Com os vários cursos, no momento da dificuldade, tenho uma maior abrangência para arrumar um emprego.”
Capacitação
Pesquisa encomendada pela Federação das Indústrias do Tocantins (FIETO), referente ao ano 2012, mostra que o Produto Interno Bruno (PIB) do Tocantins Industrial cresceu 3,6%. O crescimento é motivado pelos setores de extrativismo mineral (23,2%), serviços industriais de utilidade pública (20,7%) e a indústria de transformação (3,4%). Do PIB industrial de R$ 5,07 bilhões, R$ 2,27 bilhões são referentes ao setor de construção.
Raimunda Tavares diz que o Senai segue as demandas da indústria (Foto: Fieto/Divulgação)Raimunda Tavares diz que o Senai segue as
demandas da indústria (Foto: Fieto/Divulgação)
De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a geração de emprego no Tocantins atingiu, no período de janeiro a agosto de 2013, a marca de 46.650 vagas. A construção civil é a terceira que mais gera empregos, são 7.948 vagas, que somam 17%.
Ainda conforme o Caged, em setembro de 2013, foram gerados 457 empregos celetistas equivalente a um aumento de 0,28% em relação ao mês anterior. Na construção civil foram criados 118 novos postos.
Diante dos números, que mostram a indústria da construção civil como um dos carros-chefes da economia e geração de empregos no Tocantins, a Escola da Construção Civil do Senai atende a demanda da indústria do segmento e hoje está nas cidades de Palmas, Araguaína e Gurupi.
Segundo a diretora regional do Senai, Raimunda Tavares, a ideia é acompanhar o desenvolvimento do estado. Os cursos vão desde pedreiro a técnico de edificações, com cargas horárias de 160 até 1200 horas. Ela lembra que o Senai possui uma metodologia própria de ensino em que o professor passa ser um mediador. “Por isso acredito que o profissional tem condições de aprender, dependendo da duração do curso, e sair bem preparado para trabalhar na indústria”.
Além das aulas teóricas, existem toda a estrutura para as aulas práticas. “Ali tem teoria, mas também possibilita a pessoa a vivenciar a profissão como se estivesse na indústria. Por isso se justifica a escola”, diz a diretora.
Empregador
No Tocantins, existem 232 indústrias cadastradas no Sindicato da Indústria da Construção Civil do Tocantins. Em relação aos trabalhadores, conforme o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção, José Raimundo Ferreira de Sousa, não se tem o número exato de trabalhadores do segmento em todo o estado, no entanto, segundo ele, a cada 90 dias são feitos censos em Palmas e hoje, são mais de 20.500 trabalhadores na capital. "Os empresários aproveitam poucas contratações de fora. Quando trazem é mais na parte administrativa", explica.
Com número favoráveis, Bianca e Victor Hugo podem continuar sonhando com dias melhores, ela como engenheira e ele como dono do próprio negócio.
Construções verticais crescem em Palmas e impulsionam aumento da vagas de trabalho (Foto: Elisangela Farias/G1)Construções verticais crescem em Palmas e impulsionam aumento da vagas de trabalho
(Foto: Elisangela Farias/G1)

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