MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Aparelhos de última geração estão encaixotados no hospital da UFRJ


Valor dos equipamentos chega a R$ 2 milhões.
Ministério da Educação e a UFRJ negam que exista situação de abandono.

Do G1 Rio

Aparelhos de última geração foram flagrados pela equipe do Bom Dia Brasil encaixotados nos corredores do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O valor dos aparelhos chega a R$ 2 milhões; entre eles está um petscan, usado no diagnóstico de câncer.
As imagens mostraram o estado de abandono do Hospital do Fundão, como é conhecida a unidade. Elevadores que não funcionam e são protegidos por tapumes, porta de emergência quebrada, rachaduras na parede e teto sem forro, onde é possível ver vigas. No balcão da enfermaria não havia funcionário.
Os problemas de manutenção ficam ainda mais evidentes no banheiro dos funcionários. Além do teto estragado, os armários estão quebrados e o resto das instalações destruídas. Na sala de espera da tomografia não há pacientes, apenas uma funcionária atrás do balcão informava que o equipamento não funciona mais.
Na radioterapia, a secretária informou que o aparelho foi para a manutenção e no quadro há um aviso e que a emergência está fechada.
No nono andar, toda uma ala está cheia de poeira e desativada. Os corredores também são usados como depósito; a equipe do Bom Dia Brasil encontrou cerca de 20 caixas grandes de madeira. Os adesivos informam que eles guardam equipamentos médicos com a data de 2012.
O hospital informou que as caixas possuem as partes de três equipamentos: um angiógrafo, um tomógrafo e um petscan, usados em exames de imagem.
Uma médica, que trabalha há 15 anos no hospital, disse que o número de leitos foi reduzido para a metade e que o treinamento de estudantes de medicina e enfermagem está comprometido.
“A gente forma médicos, a gente forma enfermeiros. A gente forma os profissionais que o Brasil está precisando e com qualidade. A gente quer retomar esta qualidade “contou a médica Glória Benamor.
Em nota, o diretor Marcus Raso Eulálio disse que a reitoria da universidade e o Ministério da Educação conhecem as dificuldades do hospital universitário e afirmou que tem boas expectativas de que adotem a melhor forma de resolver os problemas crônicos e graves enfrentados pelo hospital.
O Ministério da Educação e a Universidade Federal do Rio de Janeiro negam que exista uma situação de abandono do Hospital Universitário. O governo federal afirmou ter investido quase R$78 milhões desde 2011 e que nesse período foram instalados 317 equipamentos novos. Sobre os equipamentos em caixas há mais de um ano, a universidade disse que eles serão instalados assim que ficar pronta a reforma da rede elétrica.
A universidade afirmou que a crise foi agravada com a implosão de um edifício anexo do hospital, em 2010,que obrigou a realização de obras para estabilizar o que prédio onde funciona agora o hospital.
A pró-reitora de gestão da UFRJ disse que a reforma da rede elétrica já foi contratada e que as redes de água e gás serão reformadas em 2014.
“A partir daí, liberar de forma planejada, as áreas que hoje estão fechadas. Até o final deste ano, esses equipamentos estarão disponíveis”, disse a pró-reitora Araceli Ferreira.
A universidade, no entanto, considera que o maior problema é a falta de 800 médicos e enfermeiros, que precisam ser contratados.
“Devem assumir agora 150 profissionais até o dia 4 de dezembro, mas nós ainda ficamos com um déficit de 650 profissionais”, contou a pró-reitora Araceli Ferreira.
Uma procuradora entrou com duas ações civis públicas contra o hospital para exigir que os problemas de infraestrutura e da falta de médicos sejam resolvidos.
“A maior parte dos hospitais universitários está com déficit de pessoal, senão todos os hospitais universitários do Brasil e todos estão com a sua estrutura física sucateada. Então tem historicamente um abandono dos hospitais universitários pelo governo”, falou a procuradora da República Marina Filgueira.

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