Valor dos equipamentos chega a R$ 2 milhões.
Ministério da Educação e a UFRJ negam que exista situação de abandono.
As imagens mostraram o estado de abandono do Hospital do Fundão, como é conhecida a unidade. Elevadores que não funcionam e são protegidos por tapumes, porta de emergência quebrada, rachaduras na parede e teto sem forro, onde é possível ver vigas. No balcão da enfermaria não havia funcionário.
Na radioterapia, a secretária informou que o aparelho foi para a manutenção e no quadro há um aviso e que a emergência está fechada.
No nono andar, toda uma ala está cheia de poeira e desativada. Os corredores também são usados como depósito; a equipe do Bom Dia Brasil encontrou cerca de 20 caixas grandes de madeira. Os adesivos informam que eles guardam equipamentos médicos com a data de 2012.
O hospital informou que as caixas possuem as partes de três equipamentos: um angiógrafo, um tomógrafo e um petscan, usados em exames de imagem.
Uma médica, que trabalha há 15 anos no hospital, disse que o número de leitos foi reduzido para a metade e que o treinamento de estudantes de medicina e enfermagem está comprometido.
“A gente forma médicos, a gente forma enfermeiros. A gente forma os profissionais que o Brasil está precisando e com qualidade. A gente quer retomar esta qualidade “contou a médica Glória Benamor.
Em nota, o diretor Marcus Raso Eulálio disse que a reitoria da universidade e o Ministério da Educação conhecem as dificuldades do hospital universitário e afirmou que tem boas expectativas de que adotem a melhor forma de resolver os problemas crônicos e graves enfrentados pelo hospital.
O Ministério da Educação e a Universidade Federal do Rio de Janeiro negam que exista uma situação de abandono do Hospital Universitário. O governo federal afirmou ter investido quase R$78 milhões desde 2011 e que nesse período foram instalados 317 equipamentos novos. Sobre os equipamentos em caixas há mais de um ano, a universidade disse que eles serão instalados assim que ficar pronta a reforma da rede elétrica.
A universidade afirmou que a crise foi agravada com a implosão de um edifício anexo do hospital, em 2010,que obrigou a realização de obras para estabilizar o que prédio onde funciona agora o hospital.
A pró-reitora de gestão da UFRJ disse que a reforma da rede elétrica já foi contratada e que as redes de água e gás serão reformadas em 2014.
“A partir daí, liberar de forma planejada, as áreas que hoje estão fechadas. Até o final deste ano, esses equipamentos estarão disponíveis”, disse a pró-reitora Araceli Ferreira.
A universidade, no entanto, considera que o maior problema é a falta de 800 médicos e enfermeiros, que precisam ser contratados.
“Devem assumir agora 150 profissionais até o dia 4 de dezembro, mas nós ainda ficamos com um déficit de 650 profissionais”, contou a pró-reitora Araceli Ferreira.
Uma procuradora entrou com duas ações civis públicas contra o hospital para exigir que os problemas de infraestrutura e da falta de médicos sejam resolvidos.
“A maior parte dos hospitais universitários está com déficit de pessoal, senão todos os hospitais universitários do Brasil e todos estão com a sua estrutura física sucateada. Então tem historicamente um abandono dos hospitais universitários pelo governo”, falou a procuradora da República Marina Filgueira.
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