Belisa Frangione ESTADÃO
Evelson de Freitas/Estadão
Ford Maverick 1976
Em 1999, em uma viagem de negócios a Itu, no interior do Estado, para visitar um cliente, Gregson se perdeu e acabou passando em frente a um ferro-velho. Foi em meio a sucata que ele viu um exemplar do carro de seus sonhos - em péssimo estado. "Acabei ficando por lá mesmo para tentar comprar o modelo. Cliente eu até encontraria outro, mas a perua não", brinca.
Ele estava tão empolgado que levou apenas três horas para fechar negócio. Nesse meio tempo, ele viajou até Sorocaba para buscar um documento do carro e providenciou um guincho para trazê-lo a São Paulo.
A restauração levou quatro anos para ficar pronta e incluiu a compra de um Maverick SL 1978 que virou "doador de peças". Como alguns componentes não existiam mais, foi preciso recorrer a artesãos. "Mandei fazer os vidros laterais traseiros e os puxadores das portas são de fibra de vidro", diz Gregson.
Bem equipado, o carro tem direção hidráulica e ar-condicionado. Os bancos são revestidos de courvin e veludo.
Quando a perua voltou à ativa, em 2003, Gregson a levou ao tradicional encontro de Águas de Lindoia, no interior do Estado. E a estreia ocorreu com chave de ouro. A Maverick recebeu um prêmio na categoria veículos nacionais da década de 70.
O motor 302 V8 gera 200 cv, segundo Gregson. O câmbio, que tem haste na coluna de direção, é automático de três marchas. O consumo, estimado pelo colecionador, é de 4,5 km/l.
A paixão de Gregson por antigos rendeu dois livros: "Maverick - um ícone dos anos 70" e "Galaxie, o grande brasileiro", em parceria com Dino Dragone - ambos pela editora Alaúde.
História. Da Ford, a perua Maverick só tem o nome. O modelo surgiu como uma sugestão da concessionária Souza Ramos para concorrer com a Chevrolet Caravan.
Como a Ford não bancou a ideia, a própria Souza Ramos resolveu dar vida ao projeto por meio de um de seus "braços", a SR Veículos. Isso foi em 1976.
Como vantagens ante a rival, a perua Maverick tinha quatro portas e motor V8. A Caravan tinha versão duas-portas e opções de quatro e seis cilindros.
Como fim da produção do Maverick, em 1978, a perua também saiu de linha. Foram feitas entre 50 e 100 unidades.
Eu tenho uma revista 4 Rodas de 1978 que fala sobre este modelo, mas não sabia que ela tinha sido inicialmente feita em 1976 e fabricado mais de 50 unidades, eu havia sido informado que apenas 10 destas haviam sido fabricadas pela Souza Ramos, pois a Ford nunca quis fabrica-la.
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